A Ucrânia é aqui

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Mal dormi esta noite depois de ver algumas cenas ( que estão acima) que o meu amigo jornalista Sérgio Leopoldo me passou por whatszapp. Nelas constam um grupo de homens mal encarados marchando supostamente na cidade de Joinville, no estado de Santa Catarina, como se pertencessem ao Exército de Adolf Hitler ou ao batalhão Azov, da Ucrânia, um regimento composto basicamente por nazifascistas.

Por Simão Zygband, compartilhado de Construir Resistência




Confesso que tomei um susto e tive uma noite de pesadelos. Lembrei do meu pai, Israel Zygband, um polonês sobrevivente do nazismo, e este karma mal curado dentro de mim me causou um tremendo horror. Teriam sido estas imagens gravadas mesmo dentro do território brasileiro, naquela terra de um povo pacífico e ordeiro, povoada por palmeiras, onde canta o sabiá, como disse na Canção do Exílio o poeta Gonçalves Dias?

Há exatos 10 dias da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre o extremista Jair Bolsonaro, me causa grande preocupação todos os desafios que o futuro ex-presidente terá que enfrentar. Sempre se procurou alertar os judeus, negros, LGBTQIA+ e outras minorias e maiorias, que o apoio ao (des)governo repudiado nas urnas em 30 de outubro era dar carta branca aos nazistas.

Muitos achavam que havia exagero nesta abordagem. Mas este problema, a proliferação de nazistas, com certeza, terá que ser encarado de frente, sem recuos ou titubeios.

Por sorte, a maioria dos que poderiam se tornar vítimas  entendeu a gravidade do momento que era dar mais quatro anos de mandato para o psicótico capitão, o responsável por todos estes atos de intolerância e o repudiaram nas urnas.

Os extremistas bolsonaristas não reconhecem a derrota que a maioria do povo brasileiro lhes impôs e aparentemente querem se vingar. E os sintomas do nazismo não se limitam a um estado conservador como Santa Catarina onde, é verdade, ocorreram os principais episódios de ódio e intolerância. Eles estão pipocando por todos os cantos do país, com desafios a policiais e Judiciário. Isso quando não há a própria conivência deles.

Na cidade de Casca, no Rio Grande do Sul, os bolsonaristas espalharam mensagens nas redes sociais e em grupos de WhatsApp pedindo que comerciantes locais que tivessem votado no Lula colocassem adesivos com a estrela vermelha do PT na frente de seus estabelecimentos, para serem identificados pelos consumidores, que deveriam então evitar comprar daqueles que não haviam votado no capitão extremista.

A prática é parecida com o nazismo ocorrido na Alemanha, que obrigou comerciantes judeus a colocar a estrela de Davi em suas instalações. É um boicote econômico sujo.

Também em São Paulo, os atos extremistas não ficam atrás do que ocorre no sul do país. A Repórter Vanessa Martins Silva, do Diálogos do Sul, faz uma grave denúncia contra a prefeitura e a Polícia Militar da cidade de Jundiaí (a pouco mais de 50 quilômetros da capital paulista), as acusando de conivência, onde manifestantes derrotados permanecem acampados e fazendo arruaça diante do quartel do Exército, desde o término das eleições, mesmo elas já tendo sido dissolvidas em muitos locais.

Também causou indignação o vídeo em que manifestantes bolsonaristas cantam o Hino Nacional com os braços erguidos em posição semelhante à saudação nazista em São Miguel do Oeste, Santa Catarina, durante manifestações antidemocráticas ocorridas no dia 2. A cena foi repudiada pelo embaixador da Alemanha no Brasil, embaixada de Israel, Museu do Holocausto e Confederação Israelita no Brasil (Conib) que condenaram o ato e reforçaram a necessidade de que se tomem providências contra as atitudes nazistas. O mais grave é que tanto o Ministério Público catarinenese, como o governador daquele estado, Carlos Moisés da Silva, e o eleito, Jorginho Mello, não viram nada demais nos nazifascistas fazerem saudações nazistas.

Há denúncias que empresários financiam os atos anti-democráticos contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lulada Silva, dando-lhes recursos e logística. Há também cenas intrigantes de caminhão do Exército (pode ser fake) descarregando pneus para que os manifestantes fizessem barricadas ou policiais apoiando os atos fascistas, tratando os intolerantes na maior camaradagem.

Lula deverá ter um trabalho imenso para combater o nazismo que proliferou como uma metástase cancerosa pelo tecido social brasileiro. Precisará do apoio de toda a sociedade.

É urgente extirpá-lo

O batalhão neonazista da Ucrânia, o Azov
Bolsominions fazem saudação nazista em Santa Catarina
Atos anti-democráticos se espalharam por todo o país

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