Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, no Facebook
Fernando Barros e Silva, da Piauí, tem há muitos anos um dos textos mais elegantes do jornalismo brasileiro. É daqueles caras que você lê, pode não concordar mas no fim diz “como ele escreve bem”. Alertado pelo amigo Luís Costa Pinto, li o último texto que está no site da Piauí. Fernando desnuda com estilo mais uma falácia do jurista Merval Pereira, aquela que coloca PT e Bolsonaro no mesmo campo antidemocrático.
O autor está muito longe de ser petista e desmonta a vigarice (a adjetivação é minha, não de Fernando) do jurista da Globo. Ocorre que a bobagem do homem de bigode que reproduz a idiotice media do brasileiro “esclarecido” é encampada por muita gente de direita que não é fascista. Não, se querem negar o voto a Haddad, existem de fato muitos motivos dados pelo petismo, incluindo aí a desastrosa gestão econômica da ilegitimamente deposta Dilma (negar o fato é como dizer que a noite não vem depois do dia). Mas não se aponte falta de compromisso democrático do PT.
Nenhum petista defende Constituinte sem voto popular ou “autogolpe”. O PT é democrático até a raiz. Tanto que foi até acusado de trouxa quando Lula recusou tentar mudar a Constituição para ganhar um terceiro mandato. Alguém com 6 neurônios duvida que, com os 87% de aprovação popular do presidente da República na ocasião, o Congresso não apoiaria a ideia e a eleição seria um passeio para Lula? Alguém compara a a liberdade concedida pelos governos petistas ao MP aos tempos do “engavetador-geral” Brindeiro, de FHC?
Colocar na mesma latrina antidemocrática as candidaturas Haddad e Bolsonaro não é só desonestidade intelectual. É molecagem de bigodudo apenas.
Link do texto de Fernando Barros e Silva, da Piauí.
