Por Carlos Eduardo Alves, jornalista –
Absolutamente nada mostra o caráter mais desumano de Paulo Guedes e suas ideias econômicas do que a indecência das filas do INSS a que estão submetidos milhões de brasileiros.
São velhinhos que trabalharam a vida inteira e que agora não conseguem ter acesso a uma merda de aposentadoria para comprar, na maioria dos casos e pela ordem, remédio e comida.
O tormento das filas, extintas no governo Lula, voltou. Por que?
Duas razões básicas explicam o caos que faz brasileiros não conseguirem se aposentar apesar de já terem cumprido todos os prazos e obrigações para obter o benefício.
Primeiro, na ânsia para “provar” que existem funcionários públicos demais e que o Estado deve ser “enxuto”, Guedes não permitiu que fossem repostas as milhares de vagas dos funcionários do INSS que se aposentaram. Estado Mínimo na veia é isso aí.
Depois, cá entre todos, segurar a grana dos velhinhos pobres sempre ajuda a fazer caixa, não é? Afinal, Guedes é o entreguista desumano que critica pobre por não fazer poupança,
Quem pensa assim, é apenas coerente ao impor sacrifício a idosos.
Mais grave até do que as ideias medievais de Bolsonaro nos costumes, é a política econômica de Guedes, devastadora de direitos até já adquiridos, que mostra na prática o regime criminoso que manda no Brasil.
Guedes é o poupado pela mídia parceira, que manipula avanços inexistentes e apoia barbaridades como as da Previdência. Na cabeça de Guedes, mercado e porta-vozes da imprensa, os velhinhos pobres podem esperar talvez anos para receber a aposentadoria. Se morrerem antes, é do jogo. Afinal, quem mandou nascer pobre e não fazer poupança?