Por Fernando Horta, Facebook –
Veja como a linguagem trai. Os “anti” têm certeza “de que Lula não pode ser inocente”. Veja que a certeza não é de que Lula é culpado. A diferença não é pequena.
Dizer que ele é culpado, surge como conclusão racional após algum tipo de raciocínio. Dizer que ele “não pode ser inocente” remete a uma profissão de fé que coloca o desejo como conclusão das ações a serem tomadss contra ele. Pouco importa se Lula é inocente, “ele não pode ser”.
A construção narrativa é a mesma feita sobre Getúlio que não poderia se candidatar. Em se candidatando, não poderia se eleger e em se elegendo não poderia governar.
Esta construção implica no ensejo a ações sociais com vistas ao fim de declarar Lula culpado. Faça-se tudo, mas ele “não pode ser inocente”. É o convite ao abuso, à injustiça e à perseguição. Tudo numa frase.
Fazer alguém que tem certeza da culpa de Lula perceber que não há nada contra ele é fácil. As provas inexistem. Fazer alguém que tem certeza de que Lula “não pode ser inocente” é impossível. A vontade supera a racionalidade. Mesmo se o auto-convencido for um juiz.
Agora imagine confiar no julgamento de alguém que até quinta acreditava que Aécio era o “único caminho contra a corrupção nas eleições de 2014”.
Será que quem votou em Aécio não ligou ao menos uma luzinha na consciência reconhecendo que seus julgamentos são falhos e mal embasados?
Se erraram tão claramente com Aécio, não entendem que estão errando novamente afirmando que Lula “não pode ser inocente”?