Por Paulo Pimenta, publicado em O Cafezinho –
Veículos internacionais de grande circulação descrevem “situações bizarras” que aconteceram na Câmara dos Deputados e que culminaram no encaminhamento favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O entendimento é unânime. Trata-se de um duro golpe à democracia brasileira.
As reportagens destacam o fato de Dilma ser uma das poucas figuras não acusadas de corrupção, lavagem de dinheiro ou enriquecimento ilícito, diferentemente de muitos deputados. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o vice-presidente Michel Temer foram citados nas reportagens, respectivamente, pela condição de réu no Supremo Tribunal Federal pelos 40 milhões de dólares na Suíça e pelas diversas citações de envolvimento em esquemas de corrupção.
A votação do processo na Câmara, no domingo, 17, foi motivo de espanto. Contestam o “clima de jogo de futebol”, as “agressões”, o “desrespeito ao estado laico e às minorias”, e, claro, todos os “motivos estapafúrdios” que estariam justificando o voto dos deputados pelo impeachment, sem tocar realmente no cerne da questão.
Como bem destacou o The Independent, dias antes da votação, “o processo democrático do Brasil está ameaçado por uma imprensa partidária” (http://goo.gl/NWnrLE). Nesse sentido cabe ressaltar que a maioria dos links a seguir são de veículos e corporações tradicionais. Perceber o golpe não é, portanto, uma posição política. É uma percepção democrática.
The Independent – Reino Unido
“Réu no Supremo Tribunal Federal, Eduardo Cunha lidera o processo de impeachment contra Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados”
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CNN – Estados Unidos
“Apesar dos pedidos de impeachment, Dilma Rousseff não foi sequer denunciada ou acusada criminalmente de corrupção”
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The New York Times – Estados Unidos
“Derrubar Dilma sem evidências concretas de corrupção causaria sérios danos à democracia”
http://www.ocafezinho.com/2015/08/17/ny-times-faz-duro-editorial-contra-o-golpe-no-brasil/
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The Intercept – Estados Unidos
“Brasil é engolido pela classe dirigente da corrupção e uma perigosa subversão à democracia”
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Le Monde – França
“Eduardo Cunha, acusado de corrupção no esquema da Petrobrás, é quem coordenou o processo de impeachment.”
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Pagina 12 – Argentina
“O golpe institucional contra Dilma já está em marcha”
http://www.pagina12.com.ar/diario/ultimas/20-297187-2016-04-17.html
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The Economist – Reino Unido
“Quase nenhum deputado federal deu algum motivo ou justificativa do porquê aprovar o impeachment”
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BBC – Reino Unido
“Outra coisa que chamou a atenção de quem assistia à votação na Câmara foi a composição da Casa por uma imensa maioria de homens brancos, sobrando poucas cadeiras para negros, mulheres e indígenas.”
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160419_impeachment_revela_congresso_rm
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La Jornada – México
“Brasil assistiu domingo um lamentável desfile dos que integram a Câmara dos deputados”
http://www.jornada.unam.mx/2016/04/19/mundo/019n1mun
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RFI – França
“É como um enorme caldo muito deprimente que levanta dúvidas e deixa a população muito cética em relação à classe política.”
http://m.br.rfi.fr/brasil/20160415-como-analistas-estrangeiros-veem-o-brasil-daqui-para-frente
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El País – Espanha
“Há desproporção no processo de impeachment de Dilma Rousseff. Mohallem compara destituição de um presidente à pena de morte, uma saída drástica que poderia ser substituída com outra punição”
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/15/politica/1460756564_318362.html
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The Washington Post – Estados Unidos
“O pedido de impeachment contribui para o deslize na economia. A melhor saída seriam as próximas eleições, não ficar travando uma interminável batalha pelo impeachment”
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The Guardian – Reino Unido
“Um congresso hostil e contaminado por corrupção votou pelo impeachment da presidente Dilma”
http://www.theguardian.com/world/2016/apr/18/dilma-rousseff-congress-impeach-brazilian-president
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Público – Portugal
“O Brasil está entregue a uma horda de predadores a quem não se pode confiar uma chave de casa, quanto mais o destino de uma Presidente eleita.”
https://www.publico.pt/mundo/noticia/uma-turba-perigosa-e-sem-escrupulos-1729362
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Paulo Teixeira é deputado federal (PT/SP) e vice-líder do governo na Câmara dos Deputados