Por Ulisses Capozzoli, Facebook –
Aloyzio Nunes, senador pelo PSDB e ministro das Relações Exteriores, com o sumiço do ocupante anterior, José Serra, é um homem de biografia movimentada.
Ex-guerrilheiro, com participação no assalto ao trem pagador da antiga estrada de ferro Santos-Jundiaí, em agosto de 1968, em outubro daquele ano atuou em outro roubo.
O do carro pagador da empresa Massey-Ferguson.
Interceptado em uma praça em Pinheiros.
Ah! sim. Como “ Mateus” (um dos primeiros seguidores de Cristo) foi guarda-costas de Carlos Marighela, dirigente da ALN, morto pela repressão política em 4 novembro de 1969.
Companheiro de Aécio Neves, na disputa de 2014, indignou-se com a derrota nas urnas.
Prometeu e conclamou, aos brados, “tornar ingovernável” a administração da petista. E fazê-la “sangrar”, minando a resistência de seu governo.
Conseguiu mais que isso.
Ajudou com empenho a derrubar o governo dela numa montagem torpe, travestida da mesma suposta legalidade encenada há dias, na sala de gosto duvidoso do TSE.
Com as teses, antíteses e a síntese escabrosa, que traduzem uma brutal miséria filosófica.
O senador e sua turma tiveram pleno êxito em aniquilar o país.
Em torná-lo completamente ingovernável.
A economia está travada. Paralisada. Imprevisível.
A inflação só caiu pela retração do consumo.
E uma multidão em torno de 15 milhões de pessoas anda como zumbis em busca de trabalho que não existe.
O partido do senador, o PSDB, a única coluna que sustenta o governo fraudulento do Mordomo, sócio antes dissimulado e agora explícito do PMDB, tem falado em desembarque.
Expressão do momento para traduzir a retirada de apoio a um governo que agoniza, exalando putrefação.
Atolado em corrupção, mentira, suborno, achaque.
Tudo de odioso que permeia a vida pública e privada de certo tipo de gente.
Ontem, como previsto, o “desembarque” foi adiado mais uma vez..
À espera de um “fato novo”, o completo desabamento do muro, pouso predileto de tucanos urbanos, com voo curto e nariz desproporcional, características dessa ave predadora.
Fala-se em nome do país, do povo, da nacionalidade, para justificar posturas que são pura impostura.
Estão de olho em seus próprios e imediatos interesses.
No poder que se mostra acessível com as eleições de 2018.
Tucanos fazem uma “dobradinha” suja e abominável, com a corja, o bando, homiziado no PMDB.
Enquanto panelas, há pouco golpeadas vigorosamente contra a “corrupção”, continuam silenciosas.
Restritas a cozinhar o galo de carne dura de cada dia.
É o que acontece.
Esta é a realidade. O resto são contos da carochinha.
Narrativa de personagens em mundos do “faz de conta”.
Como se fosse a mais sólida realidade.
Foto da capa: Antônio Imbassahy, Arthur Virgílio e Aloysio Nunes durante a reunião da Executiva Nacional do PSDB, que avalia o momento político e a permanência na base aliada (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)