Por Yara Frateschi, Facebook –
Quando o assunto é assédio sexual na universidade as palavras que eu mais ouço são “medo” e “vergonha”.
Os relatos, feitos pelas próprias vitimas ou por terceiros, têm esses dois fatores em comum: a vítima se sente envergonhada e culpada de algum modo e morre, morre de medo de denunciar e sofrer represália.
Isso significa pelo menos uma coisa: que a nossa cultura, inclusive a institucional, está ensinando às mulheres – com especial destaque para as alunas – que elas são responsáveis pela violência que sofrem e que é melhor e mais seguro permanecer em silêncio.
Enquanto isso, o assediador continua fazendo vítimas, impune, dono de pedaço, forte como aço.
Até daqui a pouco. Porque começamos, lentamente, mas começamos, a criar as condições da fala e da coragem.