Por Cida de Oliveira, compartilhado de RBA –
Guilherme Franco Netto foi preso pela manhã por determinação do juiz federal Marcelo Bretas, em operação no âmbito da Lava Jato
São Paulo – A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde divulgaram no final da tarde de hoje (6) nota conjunta sobre a prisão, pela manhã, do pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Guilherme Franco Netto. As entidades querem transparência e esclarecimentos a respeito.
Franco Netto foi preso pela força-tarefa da Operação Lava Jato, por determinação do juiz federal Marcelo Bretas, que até agora não deu esclarecimentos sobre os motivos da ordem de prisão.
Na nota, as entidades chamam a atenção de toda a sociedade brasileira, da comunidade acadêmica, dos profissionais de saúde, bem como dos órgãos de imprensa comprometidos com a verdade, a democracia e a justiça, para que fiquem especialmente atentos em relação à prisão de Franco Netto.
Confira a íntegra da nota.
Causa-nos enorme perplexidade e apreensão a notícia recebida pela manhã desta quinta-feira, 6 de agosto, sobre a detenção do pesquisador da Fiocruz e Coordenador do GT Saúde e Ambiente da ABRASCO, Guilherme Franco Netto. Essa detenção, em condições até agora não esclarecidas, foi decorrente de ação conjunta do Ministério Público Federal e da Polícia Federal em operação que investiga desvios de recursos na área da saúde envolvendo órgãos públicos.
Guilherme Franco Netto possui uma longa trajetória de serviços públicos prestados ao país e relevante atuação acadêmica no âmbito da saúde pública brasileira e internacional. Formado em medicina na UFF com doutorado em Epidemiologia nos EUA. atuou como Diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde entre 2007 e 2013. A Abrasco e o Cebes reconhecem o seu vasto conhecimento e sua atuação no campo da saúde pública e da saúde ambiental é amplamente valorizado por seus pares não apenas da Fiocruz, mas da comunidade científica brasileira e internacional.
Exigimos transparência e imediato esclarecimento sobre as razões dessa medida extrema, bem como ressaltamos a importância da presunção de inocência. Chamamos a atenção de toda a sociedade brasileira, da comunidade acadêmica, dos profissionais de saúde, bem como dos órgãos de imprensa comprometidos com a verdade, a democracia e a justiça, para que fiquem especialmente atentos em relação ao ocorrido. Além disso, é essencial que acompanhemos, com firmeza e em busca de justiça, seus desdobramentos. Não devemos permitir que acusações e conclusões precipitadas atinjam a honra de instituições e pessoas comprometidas com o país.
Rio de Janeiro, 06 de agosto de 2020
Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – Cebes