Achados e perdidos da rua

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Carlos Eduardo Alves,  no Facebook – 

Alguns metros na minha frente, identifico um andar rápido inconfundível. Apesar de não ver a pessoa tem muito tempo, é o mesmo passo apressado, o gingado idêntico. Recorro ao racional e lembro da impossibilidade geográfica de ela estar naquele lugar. Mas fico cismado.




Uns 30 minutos depois, entro numa padaria e, no balção mesmo, peço um café. A mesma pessoa está lá. Não era ela mesmo. Aliás, de igual só aquele caminhar ligeiro que julgava único. Mas o dia está estranho. Escuto uma pessoa dizer no celular que iria viajar para a cidade em que nasci. Estranho, é município pequeno (75 mil habitantes).

Talvez seja dia de reforçar a aposta na mega, vai saber, penso. Comento com o balconista conhecido das duas coincidências. A coisa tem o bom descambar para o amor.

O cara me conta que conheceu sua mulher num baile:

— Eu sai para fumar e ela estava com umas amigas. Ouvi uma moça amiga dela falar de uma cidadezinha que morei, na Bahia. Foi a letra para eu puxar conversa…

O sergipano falante teve trabalho. Desconfiada, a moça que paquerava relutou em dar o telefone. Só cedeu depois que ele prometeu provar que conhecia mesmo a cidade. Uma foto amarelada de um local conhecido pela amiga resolveu a questão. O resultado é um filho de 4 anos:

— Eu arrumei minha vida com coincidência. Desde aquele dia, torço por coincidência. Se não fosse ela, não teria a mulher que tenho. Se for fora do comum, é sinal de sorte.

A alegria do discurso do cara foi tanta que entrei na casa lotérica. Afinal, se coincidência ajuda a encontrar o amor da vida, uma causa mais nobre, sem dúvida, quem sabe resolve também dar um drible na combinação matemática.

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