Por Carlos Eduardo Alves, Facebook –
Na farmácia, atrás daquele desodorante cada vez mais difícil de ser achado, ouço duas senhoras conversando. Falam de família. O papo começa a ficar bom e, lógico, dou um jeito de tornar mais prolongada ainda aquela busca que já sabia inútil (by Vanzolini):
— Eu gosto da noiva do meu filho, mas ela tem umas coisas…
Não deu nem tempo para a amiga perguntar nada.
— Ela usa um esmalte vermelho que parece ser de um outro tipo de mulher.
Mal, ou bem, sabe ela que tem muita gente que gosta de esmalte vermelho. E muito. A amiga, quase da mesma idade (uns 55 anos), traz um pouco de século 20, 20 mesmo, ao papo:
— Ah, você devia parar com isso. Acho tão bonito e uso de vez em quando. E se a menina gosta, segure essa língua.
Sem o desodorante, pego o remédio para dor de cabeça que está dando mole na prateleira e vou ao caixa. A moça estende a mão para pagar o dinheiro. Esmalte vermelhão, lindo.