Luiz Antonio Simas, Facebook –
Desconstrução do processo de naturalização do racismo pressupõe ações urgentes em vários campos, inclusive no epistemológico. A invenção do eurocentrismo – eufemismo para o racismo e entendido aqui como a impressão de que a Europa moderna representou o ápice civilizatório da humanidade e de que toda a história da humanidade só pode ser contada a partir dos marcos e códigos que o ocidente produziu – demanda constante enfrentamento.
Encarar esse embate de desconstrução da centralidade do modus operandi ocidental deve ser pauta pública estratégica: o poder econômico, a supremacia bélica, o discurso da razão intransigente e o controle das estruturas jurídicas e pedagógicas do colonialismo foram elementos constituidores do eurocentrismo. Quem quer questioná-los?
Combater o racismo apenas com a lei e a educação formal, visando a ampliação do exercício da cidadania, é rigorosamente necessário, mas não é suficiente. Continuaremos enxugando gelo. O racismo epistemológico é um elemento fundador da prática política e intelectual brasileira. O enfrentamento epistêmico tem que entrar na roda também, como debate público que deve se refletir nas formas de se conceber o país.