Por Por Marcelo Zelic, publicado no Jornal GGN –
A empresa laranja da Odebrecht, a Leyroz, doou em 2010, R$ 19 milhões. PT, PMDB e PSDB receberam mais de 60% destes recursos e com divisão muita próxima 20% para cada a grosso modo.
O Senador Aécio Neves alegou em sua defesa que as doações constantes na planilha vazada da Odebrecht eram todas legais. Só que não!
A Leyroz de Caxias Indústria Comércio & Logistica LTDA com CNPJ 06.958.578/0001-31 depositou na CEF – Agência 0935 – Conta 1456-5 – CNPJ: 24.059.610/0001-29 – R$ 1.600.000,00, na data de 28/09/2010, cujo recibo eleitoral emitido para doação foi o de Nº 45000262313 e de fato foi registrado na prestação de contas do PSDB como recurso doado à Direção Estadual/Distrital conforme tabela do TSE abaixo.
Puxando o fio da meada da denúncia feita pelo jornalista Fernando Brito no Tijolaço que a empresa que Aécio usa para se justificar na “lista marrom” é fachada de sonegador já preso , o senador tucano se enrola mais ainda se forem confrontados os dados com a sua prestação de contas da campanha de 2010.
Não consta na prestação de contas do Senador Aécio Neves ao TSE a transferência do Diretório/Distrital/MG para o caixa da campanha referente a este valor.
O diretório estadual/distrital transferiu para sua campanha entre 03/08/2010 e 30/10/2010 o total de R$ 3.232.351,65, sendo que R$ 2.064.954,28 vieram da conta ligada ao CNPJ 24.059.610/0001-29.
Deste valor somente R$ 1.064.954,28 foram transferidos para a campanha do tucano, conforme dados do TSE abaixo, onde em amarelo são as doações correspondentes a período anterior ao depósito e em azul aquelas que poderiam corresponder ao valor depositado pela Leyroz.
Na prestação de contas de Aécio Neves os números não batem.
Faltam quase R$ 600.000,00 para que este lançamento feito no TSE correspondesse minimamente ao fato de seu nome aparecer na planilha de propinas, caixa 2 ou doações legais da Odebrecht.
Agora é preciso saber qual a efetiva relação da Leyroz com a Odebrecht. É empresa laranja ou pertence ao rol de empresas da construtora? Caso não haja vínculo institucional entre estas empresas ficaria comprovado o uso de dinheiro desviado da Petrobras em sua campanha, recebido pelo esquema de caixa 2 da construtora Odebrecht?
Aí morreu o Neves. Deixa de ser ilibado senador, que esbraveja contra a presidenta Dilma, cujo nome não se encontra na planilha como o seu, para virar boi de piranha da lava jato.
Essa mesma pesquisa pode ser realizada para todos os demais beneficiários, incluindo o senador José Serra. Quem quiser colaborar, é só seguir o roteiro explicado.
* Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e
membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo e
Coordenador do Projeto Armazém Memória