Por Miguel Enriquez, publicado em DCM –
Menos de três semanas depois de ter assumido a gestão do grupo Abril, a consultoria americana Alvarez & Marsal mostra a que veio: na manhã desta segunda, dia 6, os funcionário da empresa da família Civita estão sendo comunicados de um corte gigante no quadro de pessoal.
Ele é estimado entre 500 e 840 cabeças, abrangendo, além da editora, outros negócios como a área de logística e distribuição de revistas. As demissões começarão oficialmente, na próxima quarta-feira, 8.
Na mesma segunda, no entanto, uma fila de mais de 50 funcionários aguardavam o exame médico demissional.
Como antecipou o DCM no dia 19 de julho, o portifólio de publicações sofrerá uma razia. Concluídas as demissões, só sobrarão sete títulos: Veja, Exame, as femininas Claudia e Saúde, além de Quatro Rodas, Vip e Placar, algumas delas apenas na versão digital.
Paralelamente, estão cada vez mais fortes os indícios de que os herdeiros de Roberto Civita estão decididos a entrar com um pedido de recuperação judicial do grupo.
Giancarlo, o primogênito, que entregou a presidência executiva da Abril para o consultor Marcos Haaland, da Alvarez & Marsal, vem mantendo reuniões com as diretorias dos principais bancos credores comunicando sua disposição de recorrer a essa alternativa diante da situação financeira calamitosa da companhia fundada pelo avô Victor Civita.
A Abril deve na praça mais de R$ 1 bilhão em compromissos que devem ser honrados até 2022, acumulou prejuízos de R$ 768,1 milhões nos últimos três anos e registrou um patrimônio negativo de R$ 715,9 milhões, no balanço de 2017.
Na foto: Roberto Civita (centro) entre os filhos e diante do busto do fundador Victor, removido do edifício