Por Liana Melo, compartilhado de Projeto Colabora –
Década da Restauração começa em 2021: meta da ONU é reflorestar 350 milhões de áreas degradadas pelo mundo, e Brasil se comprometeu a recuperar 12 milhões de hectares
Em plena Floresta Amazônica, os Soares, família de agricultores de Juruti, no Pará, romperam com a lógica de produção local, exclusivamente de mandioca, e adotaram um sistema agroflorestal. A propriedade foi invadida por árvores nativas da Amazônia, enquanto os pés de mandioca continuaram lá. Só que a plantação ganhou ainda frutíferas e outras culturas agrícolas. As “culpadas” pelo início da restauração florestal na propriedade foram as filhas do casal.
As meninas convenceram os pais a parar de desmatar e queimar para garantir o sustento da família. Alegaram que as áreas já abertas seriam mais do que suficientes para aumentar a produção. Deu certo. Da farinha de mandioca, os Soares agregaram valor ao produto e passaram a vender bolos, beijus, geleias… A renda da família aumentou ao mesmo tempo em que restauraram uma área de floresta que, há apenas nove meses, vinha agonizando com as práticas de corte e queimada.
Os Soares são personagens de um movimento que vem crescendo no país alheio ao discurso oficial do governo que despreza a floresta em pé. O WRI Brasil transformou a história da família em um dos cinco episódios da Websérie “As caras da restauração”. São vídeos que contam a trajetória de produtores familiares e grandes produtores de diferentes estados. Em comum, todos têm a transformação de sua relação com a terra e o lucro advindo da floresta, que pode ser maior do que a rentabilidade de atividades agropecuárias convencionais.
Na foto: Família Soares, do município de Juruti, Pará, aderiu à restauração florestal. Foto WRI/ Divulgação