Por Adriana do Amaral, jornalista
A mídia só fala nisso neste carnaval: as partes íntimas femininas.
Isso mesmo, das mulheres cisgênero e/ou lésbicas! Não se toca no assunto quando as passistas são mulheres trans, travestis ou mesmo foliões homens…
A questão debatida é: usar ou não calcinha, tapa-sexo ou microporo, transparência ou fantasia. Ah, e é privilégio das ditas famosas.
Aí surge ela, a ex-super modelo, eterna Gisele Bündchen! Fotografada sozinha esperando o translado no aeroporto, noticiada exigindo no contrato brinde com água e certa privacidade no camarim; depois plena em sua beleza pós “aposentadoria” das passarelas da moda.
Barriguinha e ombro à mostra, revelando a tendência do retorno da calça de cintura baixa, tão aplaudida no passado e repelida em tempo de conforto. Polêmica à vista na quaresma: como vestir bem nos corpos diversos, gordos, maduros?
Gisele mostra tudo sem revelar nada: calça branca, justérrima, e camiseta da marca patrocinadora customizada. Simples assim. Vestiu algo parecido há vinte anos, e agora está ainda mais bonita!
Mulher que aparenta simplicidade quando, na verdade, tem visual minuciosamente planejado e sofisticado. Dá gosto ver!
É como se todas pudéssemos ser um pouco ela, imitá-la. Soltar a cabelereira, vestir mini-blusa e calça branca e sair por aí, brincando o carnaval.
Mas, Gisele é única . Nem a irmã gêmea pode ser ou é como ela.
Gisele ganha a vida com o próprio corpo. É mulher empoderada. É brasileira que faz sucesso no Exterior. Por que causa tanta repulsa em alguns?
Por mais que ela abrace causas nobres sempre haverá alguém fazendo as contas do seu custo-benefício. Ah, deixem a Gisele ser feliz em paz, pois como diria Maria Bethânia: antes de julgar a minha vida calcem os meus sapatos.
Quem calçou ou saltos altíssimos e desconfortáveis com que a modelo desfilou?
Remete-me, também, à Mário Quintana: por Gisele, todas sentimos um certo “quebranto”.
Salve simpatia!