MANIPULAÇÃO DESCARADA
Ontem, 25/01, o procurador da operação Zelotes, declarou aos jornalistas em Brasília: “Não entendi o motivo de o delegado ter ouvido o Lula neste caso”, disse. Depois acrescentou: “Não é não ter entendido o motivo. Ele [Lula] não consta no rol de investigados. Em nenhum momento existe ato praticado por ele que tenha sido objeto [de investigação]”.
Paiva foi então questionado sobre o que a PF queria saber de Lula: “Tem que perguntar ao delegado, não para mim.” Ele disse ainda que “em nenhum momento” a denúncia relata que houve compra de MP por parte da Presidência.
Hoje, apenas o jornal Valor Econômico reproduz a estranheza do procurador – e, ainda assim diluída na reportagem “Lula é alvo por medo de 2018, diz Carvalho”.
Os demais jornalões mencionam o procurador em suas reportagens sobre o depoimento do ex-ministro, Gilberto Carvalho, com títulos que deixam no ar suposta cumplicidade:
“Carvalho admite contato com lobista por edição de MP” – O Estado
“Ex-ministro admite reuniões” – O Globo
“Lobista pediu apoio para MP, diz ex-ministro” – Folha de S.Paulo
Detalhe: o lobista esteve três vezes no Palácio do Planalto, duas das quais representando a Anfavea, a associação das montadoras de automóveis.
Com a palavra, para explicações sobre o que aconteceu, o ministro da Justiça e o diretor da PF.
Porque, afinal, a PF não só convocou o ex-presidente, como previamente avisou os jornais sobre o depoimento, para uso posterior em suas manchetes?