Alerta máximo: não relaxem com os vírus durante as festas

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“No hospital Albert Einstein, metade dos testes para Covid já são Ômicron. No twitter, dois médicos estrangeiros dizendo que a transmissão é tão avassaladora que muito pouca gente não será contaminada.  Deve ter muitos casos de “influenza” em São Paulo que são Ômicron. É um silêncio total das nossas autoridades.  Que estão esperando?”

Por Simão Zygband, compartilhado de Construir Resistência




Este alerta é de um pesquisador do Instituto Butantan que preferimos manter no anonimato. Tenho sentido muita resistência ao tema, quando abordado com amigos e familiares. Estou literalmente passando pelo chato, estraga prazeres do final do ano. Se eu colocar o nome dele em público, sei que sofrerá represálias.

Mas diante do acúmulo de postagens que tenho acompanhado no facebook, preferi sim ser o chato do final do ano. Podem descarregar as suas pedras em mim, que não estou nem aí. Lê quem quer, cumpre também quem quiser. Eu, particularmente, acho melhor prevenir do que remediar.

Municiado pelo meu amigo jornalista Walter Falceta, que sabe da minha preocupação exagerada (?) com a pandemia (e eu sei as dele, desde sempre), que me passou diversos artigos sobre o tema, e com as postagens que vi no facebook, mesmo não sendo cientista, reitero o que disse no título: não relaxem com os vírus. Somos dois neuróticos, claro, mas preferimos fazer o alerta.

Cola de carpete

O médico Nelson Nisembaum, um dos participantes do grupo Construir Resistência e colaborador do site, escreve as seguintes questões com o título “Doença Crônica”:

“De acordo com a reação das autoridades de saúde pública deste país, nada está acontecendo. O H3N2 comendo solto epidemicamente e o ministro mais rasteiro que cola de carpete não dá uma palavra. Imaginem se fosse um vírus de gripe com a MESMA letalidade que o COVID-19. Ou maior, como algumas cepas de influenza já foram. Tudo isso mostra que NÃO APRENDEMOS NADA com a COVID-19 e se depender deste governo, vamos mesmo morrer em alguma outra pandemia respiratória qualquer. Este governo tem que terminar urgentemente. O país precisa ser reconstruído. Desta vez, do abaixo de zero”.

Outro amigo de facebook que preferiu não se identificar (tempos malditos que tudo vira lacração), faz o seguinte relato: “na minha família, de classe média alta do Campo Belo, o marido e a esposa contraíram a Covid em 2021. Ele ficou internado por 5 dias. Depois, teve perda de olfato que durou meses. Os quatro filhos também contraíram e um deles também precisou de internação. Meses depois, dois deles tiveram complicações cardíacas, que os médicos não puderam apontar ou descartar como sequelas da Covid-19. Mesmo assim, neste fim de ano, estarão todos se reunindo com amigos em um resort do Nordeste”.

Todo mundo está achando que pegar a H3N2 é um passeio, uma bobagem. Só por que tomaram as duas ou três doses da vacina. Aparentemente ela não é tão letal quanto a Covid-19, depois de vacinados, óbvio. Mas, como disse o pesquisador do Butantan, nunca se sabe se não é Ômicron. Nenhum dos dois formatos do vírus são suaves, e estão literalmente “quebrando” as pessoas que os contraem, sejam eles quais forem.

A Patrícia Curti, amiga de facebook e de muitos dos meus amigos, uma das dedicadas militantes do Banho pra geral (que proporciona um banho para moradores de rua) e Casulo pra Rua (que distribui um confortável “saco de dormir” que vira sacola para aqueles que moram nas ruas) foi uma das que pegou H3N2 e que teve que ser internada. “Você é internada e descobre, via redes, que um grande amigo está exatamente no quarto ao lado. E a enfermeira diz que não pode levar nem um bilhetinho por causa do altíssimo contágio dessa H3N2. Então o jeito foi juntar num post”, relatou ela. Já deixou o hospital e já está pronta para novas atividades militantes.

Veja este relato também da jornalista Valéria Borges (Léla) e toda complicação que está enfrentando com seu filho, até conseguir atendimento: “Eu e ele enfrentamos duas via sacras na UPA Vergueiro. Cinco horas (5h) no primeiro dia, na terça da semana passada, e oito horas (8h) no domingo e com falta de ar.

Teve que implorar para ser atendido! Pegou trabalhando, assim como outros colegas! Tomou todas as vacinas e usa proteção sem falhar.

Ainda bem que está vacinado…podia ser pior!

UPA sem médicos e sem NENHUM exame pra covid, dengue ou influenza…NENHUM…e essa espera sofrida de MUUUITAS horas!

E esse cenário só piora a cada dia!

Maaassss…tem um povo aí que segue achando que tudo isso é ficção, que Covid e gripe não se transmitem fácil e que mosquito da dengue é um bichinho fofo e inocente!

Tá osso ”.

Também faz um relato importante a minha amiga de facebook, Suzana Guinsburg Saldanha, de desistir das festas de final de ano: “Já cancelei o Natal do dia 24 com amigo que teve contato com pessoa positivada. Tive medo do almoço de 25, com minha mãe de 90 anos e gente negacionista na família”, relata ela.

Bem. Está aí um mini retrato do quadro grave que ainda estamos enfrentando. Se for participar de confraternizações, continuem insistindo com os protocolos, usando máscaras, optando por locais ventilados, e álcool gel nas mãos para pegar em qualquer objeto.

Feliz Festas!

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