Carlos Eduardo Alves, pelo Facebook –
Para começar: esse post é feito em cima das pesquisas do DataFolha e do Ibope divulgadas há pouco e esperadas por todos hoje, mesmo aqueles que dizem não acreditar em levantamentos do tipo. Se você é o personagem que tem certeza que todas as pesquisas são manipuladas, que são um instrumento da classe dominante e outros clichês do tipo, por favor, pare aqui, não perca tempo. Afinal, para que ler sobre coisa falsa?: O face está repleto de TL revolucionária. Comente lá, por favor. A paciência com o desconhecimento e o discurso primário já superou o limite.
Premissa estabelecida acima, o fato é que um dos dois institutos errou. Existem detalhes sutis que as diferenciam. A margem de erro do DataFolha é mais estreita, 2 pontos percentuais contra os 3 do Ibope, o que permite, em tese, intuir que seus dados são mais seguros. Outra diferença que pesa contra o Ibope: seu campo foi feito nos 3 últimos dias. Já o DataFolha captou a intenção de voto ontem e hoje.
O que há em comum, mesmo assim mais ou menos: DataFolha e Ibope garantem Dólar Jr. no segundo turno. A diferença é que o DataFoha aventa a hipótese, mesmo que não provável, de Dólar Jr. obter a maioria absoluta amanhã. Pode ter detectado uma onda que se confirme na urna. No Ibope, isso não existe.
Ambos os institutos coincidem que Russomanno está desabando, com a ressalva que o Ibope ainda o coloca na frente de Haddad. Marta continua caindo no DataFolha e teria oscilado para cima no Ibope. Haddad, no levantamento ligado à Folha, segue crescendo e no Ibope, estagnou.
Saindo da trombada de dados, a real é que Dólar jr. está mesmo no segundo turno e o paulistano vai dormir com uma possibilidade de viver um pesadelo com a eleição dele amanhã. O risco está no sangramento de Russomanno e da ex-Marta. Dependendo do volume, os votos podem encher o bico fino do tucaninho esperto.
Haddad conta com vários fatores a seu favor: tradicionalmente, o PT paulistano conquista pelo menos 3 pontos no dia da votação.É cada vez mais razoável supor que o prefeito atinja ao menos 20% dos nomimais, o que quase o garante no segundo turno. Terá ainda alguma deserção de setores de esquerda não radicalizados que tenderiam a votar em Erundina e, entre os 3 que disputam vaga, seu eleitorado é o que tem maior conhecimento do número do candidato.
É torcer para que Dólar Jr. e seu dinheiro não pesarem decisivamente amanhã. Se a eleição não acabar, Haddad é o favorito para o olho no olho com o candidato de Alckmin no segundo turno.
Foto: Filipe Araújo/ Instituto Lula