Ana Maria F. Coluccio pelo Facebook

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Sobre o aborto legal

Vou contar uma historiazinha pra vocês. Quando eu ainda era bem foca, iniciante no jornalismo, fui fazer uma matéria no hospital Saboya, no Jabaquara, sobre o programa Aborto Legal recém implantado pela Luiza Erundina.

Ali aprendi, entre muitas outras coisas, que a maioria dos casos de gravidez por estupro não acontece por conta de violência nas ruas, mas sim em meninas violentadas cotidianamente, a maioria por pessoas conhecidas (pais, padrastos, irmãos, tios, vizinhos…) Muitas, mas muitas mesmo, são menores de idade.




Um dos casos relatados pelas assistentes sociais me marcou e lembro de detalhes até hoje. A menina tinha 18 anos quando foi buscar ajuda, junto com a mãe, no programa. Ela estava grávida do terceiro filho. Eram todos filhos do pai dela.

A menina era uma pessoa com deficiência mental. Os dois filhos, que tinham em torno de dois e quatro anos, também, já que, além de serem filhos de uma pessoa com deficiência ainda eram filhos do avô.

Por conta da atuação de freiras, a mãe da garota (esposa do violentador) desistiu do aborto. Consentiu apenas com uma laqueadura!!!!

O PROGRAMA ABORTO LEGAL foi criado em 23 de outubro de 1989, pioneiro no país, em São Paulo. Amanhã, portanto, completaria 26 anos. Infelizmente, não temos o que comemorar, só a lamentar.

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