Aniversário do editor Washington Araújo

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Confesso, em se tratando de aniversário, sou cabotino, “sargentino”, “generaltino”. Utilizo até de texto de amigo para lembrar que estou aniversariando. E é assim com esta bela, generosa e nem sempre verdadeira carta do amigo Cícero César.

Sabe como é, amigo é coisa para exagerar. E o César exagera no seu talento em escrever bem e em ser generoso para com este teimoso e perseverante taurino. Dito isso, vamos à crônica do meu aniversário (Washington Araújo).




Por César Sotero Batista, professor, doutor em Literatura, formado em amizade plena (crédito feito pelo editor).


Hoje é aniversário do jornalista Washington Araújo, não confundir com o outro Washington, que de tão famoso quer dispensar o sobrenome Olivetto. É, a fama tem dessas coisas. Para o publicitário narcisista só existe um Washington que valha a pena no mundo, ele mesmo. Por essa, vos garanto, nem George Washington esperava.


Mas deixemos as mumunhas de lado. Conheci o Washington Araújo, jornalista e editor do Bem Blogado, por intermédio de um amigo em comum, o Maurinho Célio, que deve ter falado para ele que eu escrevia. Era uma época em que a situação começava a melhorar, embora estivéssemos ainda sob a ameaça da terrível pandemia, já dava para sair de casa.


Já devíamos ter sido imunizados com pelo menos duas doses. É provável que Washington tenha voltado de São Paulo para retomar as atividades no Sinpro-Rio. Veio sozinho para ver em que pé estava a situação, se já era possível retomar as atividades presencialmente.

Hospedou-se na casa do Maurinho. Lembro-me de quando falei com Washington pela primeira vez. Eu falei com ele por videoconferência enquanto ele estava almoçando. “Jornalista é assim mesmo: não tem tempo pra nada, nem para almoçar direito”, pensei cá com os meus botões.


Foi ele quem deu nome à coluna “A César o que é de Cícero”. O jogo de palavras é o sal da escrita jornalística e fica bem em alguns títulos. Para todos os efeitos, os textos vão e vêm pelo WhatsApp.

Quando ele me liga, geralmente é porque quer propor uma modificação no texto ou porque está em dúvida quanto a uma passagem. O critério para Washington é clareza. Melhor, o critério é bom humor e clareza combinados.


De vez em quando a gente ultrapassa o protocolo e fala à beça com assuntos emendando um nos outros. Eu sou um cara que gosta de ouvir histórias; o Washington, de contá-las.


Além disso, é ele quem escolhe as imagens que ilustram meus textos, salvo raríssimas exceções. Ele é um bom fotógrafo amador de Paquetá. A natureza ajuda muito, é claro, mas há de se ter sensibilidade para tirar fotos e escolher ilustrações. Ninguém vai pedir pra garça fazer pose com peixe na boca, oras!


Houve uma vez em que fui a uma festa de aniversário dele. Foi lá em Paquetá, perto do coreto, em um restaurante chamado “Casinha Amarela”. Washington usava uma camiseta branca do Lula para a campanha de 2022. Fazia uma noite bonita.

Teve uma moça, acho que o nome dela é Conceição, escritora que nem eu, que cantou à capela a canção que diz assim: “Benguelê, Benguelê…” Eu conheço a canção pelo João Bosco, que a usou para a trilha sonora que fez para o grupo de dança mineiro “Corpo”.


Quer dizer, em Paquetá encontra-se gente que sabe viver. Não se volta à mocidade, é fato. Mas também não é preciso deixar de lado a experiência imperdível de se estar no mundo. Isto é, é preciso sair de casa, bebericar, papear com amigos, falar de futebol, de música, de cinema etc. Pois, afinal, não adianta muito estar vivo sem essas coisitas.


Infelizmente, eu só vou à Paquetá às pressas meio aos soluços que nem voo de borboleta como se morasse em Jaçanã. Fazer o quê?


Quando eu fui à casa do Washington e da Carmola pela primeira vez, eu conheci o Santuário (quartinho com fotos do time do Santos de todos os tempos, encabeçado pelo Rei Pelé), tomei uma Heineiken, conheci o Açaí, o cão de guarda da família. E adorei os azulejos azuis que revestem a cozinha. No meu apartamento da Praça Seca a cozinha tinha o mesmo tom azul. Acho que era coisa da época: Eu quero meu corcel cor de céu; eu quero meu azulejo azul” (“Corcel cor de céu” é um exemplo do uso da linguagem poética na publicidade, como aprendi nos livros de Linguística).


Washington e Carmola fazem um casal daqueles. Eles gostam de receber as pessoas, de conversar e tal e tem livros em casa, não apenas para decorar as estantes. Eu particularmente acho a Carmola bem mais paulista que o Washington, que é um cara que nem sotaque tem mais. Mas talvez a culpa seja minha por achar que todo paulista de classe média se veste elegantemente como as personagens da série “Sessão de Terapia”; e o Washignton, sem ser mal-ajambrado, foge um pouco à regra.


O que quero dizer com isso nem eu mesmo sei. Talvez que o Washington atualmente seja mais de Paquetá do que do Rio, mais de Paquetá do que de São Paulo.


Enfim, enfim. Parabéns para o nosso editor, que pode beber algumas todas hoje, pois a amada sabe onde está o chá de boldo.

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