Ao meu Mestre com muito amor

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Maria José Rêgo no Facebook – 

Em meados de 1970 , eu trabalhava num escritório de contabilidade. Fazia um pouco de tudo.




Certa vez, entrou lá um senhor franzino, usando óculos de grau, que se apresentou como Fiscal da Receita Federal. Pediu os livros fiscais, contábeis e notas fiscais de entrada e saída de mercadorias de uma empresa do ramo frigorifico.

Meu patrão era muito nervoso e tentava se acalmar fumando.

Passado alguns dias o fiscal devolveu os livros e documentos que havia levado e o meu patrão o convidou para tomar uma cafezinho na lanchonete no andar térreo do prédio.

Alguns minutos depois meu patrão entra no escritório mais nervoso que quando desceu dizendo que o fiscal era duro na queda pois não conseguiu falar com ele nem a primeira frase da “proposta”. O fiscal lhe interrompeu e pediu para não concluir a frase, sob pena de acusa-lo de estar lhe corrompendo.

Não lembro se em 1978 ou 1979, sai desse escritório e fui trabalhar numa construtora e lá, com o incentivo de um colega, voltei a frequentar cursinho preparatório para vestibular, conseguindo entrar na UNIFOR no 2o semestre de 1979. 79.2.0937/6 era o número da minha matricula naquela universidade no curso de Ciências Contábeis.

No segundo ano do curso, inclui na grade a cadeira de “Contabilidade de Custos” e para minha surpresa, advinha quem era o professor? Era o Osvaldo Rodrigues da Cruz. Sim, aquele fiscal da RF que não se corrompeu.

Com o passar dos meses a minha admiração pelo professor só aumentava, pois além de não ser corrupto era um excelente profissional na arte de ensinar. Gostei tanto da sua metodologia de ensino que me matriculei em mais três matérias que ele lecionava durante o curso.

Em 1983 passei no concurso público para o cargo de Auxiliar de Fiscal II no ex Território Federal de Roraima. Lá frequentemente ouvia “propostas” e lembrava que o meu salário era suficiente para cobrir as minhas despesas, sem sufocos, mas lembrava principalmente do exemplo do Professor Osvaldo e pensava como seria vista por minhas filhas caso aceitasse as “propostas”.

Por que escrevo isso?

Porque sinto que tenho uma eterna dívida com o meu querido Mestre. Sinto uma grande necessidade de compartilhar com amigos que existem servidores públicos honestos e acredito também que há políticos honestos. Acredito na honestidade do Presidente Lula e acredito na honestidade da Presidenta Dilma.

Gostaria que essa minha declaração de amor chegasse até o meu Mestre querido.

Muito obrigada, Professor Osvaldo Rodrigues da Cruz!

De sua ex aluna,
Maria José dos S. Rêgo.

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