Por Yara Frateschi, Facebook –
Já entendemos que o movimento grevista dos caminhoneiros não é homogêneo e que há uma diversidade de reivindicações. Pelas imagens que nos chegam, alguns (não dá para saber quantos e nem a proporção) pedem intervenção militar. Não adianta ficar atacando essas pessoas como se fossem a encarnação do mal na terra.
Que tal cogitar que se trata de mais um cidadão brasileiro que não sabe muito sobre a ditadura militar no Brasil pela mesma razão que a população em geral não sabe, inclusive muitos dos nossos alunos universitários vindos das “melhores” escolas públicas e particulares?
Apagamos a memória da ditadura, a escola e a universidade não fizeram o seu papel, os partidos tampouco, aceitamos uma transição que não julgou e não puniu os perpetradores, que, aliás, continuam ocupando cargos públicos.
A nossa anistia, ampla geral e irrestrita, deu no que deu: a história foi apagada. Soma-se que somos uma sociedade que cada vez menos confia na política e temos tudo o que precisamos para uma ruptura: ódio à política e falta de memória.