Publicado no Jornal GGN –
Pedido do MP paulista foi aceito pelo juiz da Lava Jato, que defendeu a atuação conjunta dos órgãos de investigação
Jornal GGN – O juiz Sérgio Moro autorizou que as provas da atuação do doleiro Alberto Youssef nas obras do monotrilho de São Paulo sejam compartilhadas com o Ministério Público paulista, nesta terça-feira (17).
O MP abriu um inquérito para investigar os contratos da Linha 15, Prata, e pediu para a Justiça Federal do Paraná compartilhar as descobertas. Na solicitação, a Promotoria do Patrimônio Público e Social de São Paulo pediu acesso a todos os documentos da Operação Lava Jato que envolvem o empreendimento, incluindo uma planilha apreendida com Youssef que contém informações sobre cerca de 750 contratos de obras públicas.
O juiz Sérgio Moro concordou. “Diante dos indícios de desvios de dinheiro público e da prática de atos de corrupção, com consequências também na esfera da improbidade, o compartilhamento dos elementos probatórios colhidos na investigação criminal deve ser deferido já que atende ele ao interesse público”, justificou na decisão.
Ele também afirmou que a cooperação entre diferentes órgãos de investigação é um “objetivo político válido e que se impõe caso se pretenda alguma eficácia na investigação e persecução de crimes complexos, como os crimes de colarinho branco ou os crimes praticados por organizações criminosas”.
Ainda assim, a escolha dos documentos da Lava Jato que serão compartilhados com o MP paulista está a cargo da Procuradoria da República no Paraná.
Na planilha de Youssef aparece uma proposta enviada em 7/4/2011, no valor de R$ 7.901.280,00, na qual o “cliente” é a Construtora OAS, e o “cliente final” é o Metrô. Essa é apenas uma das 750 obras documentadas pelo doleiro.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo respondeu às suspeitas dizendo que “É lamentável, na melhor das hipóteses, a tentativa de extrair conclusões de documento cuja autenticidade e significado dependem de provas que já estão sendo produzidas com muita correção pelo Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal”.
As informações são do Estadão