Após anos de desentendimento, trabalhadores e Correios vão assinar acordo coletivo

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Número de cláusulas sobe de 37 para 78. Acordo inclui reajuste pela inflação, abono e vale extra. Negociação continua na Petrobras

Compartilhado de RBA




Fentect

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Reunião entre representantes dos trabalhadores e da empresa: negociações duraram dois meses

São Paulo – Depois de sucessivas campanhas salariais marcadas por desentendimento, retirada de direitos, dissídios e greve, neste ano, trabalhadores assinarão acordo coletivo com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Dos 31 sindicatos filiados à Fentect (federação nacional da categoria), 28 aprovaram a proposta dos Correios, em assembleias realizadas até o último dia 21.

De acordo com a Fentect, o novo acordo passa a ter 78 cláusulas, ante 37 do anterior, com recuperação de itens abolidos nos últimos anos. Entre essas cláusulas, estão questões como combate ao assédio moral e sexual, licença-maternidade de seis meses e manutenção do tíquete-alimentação por até 90 dias mesmo em caso de licença média pelo INSS, entre outros.

A pauta de reivindicações foi entregue em 21 de julho e as assembleias foram concluídas exatamente dois meses depois. A categoria tem data-base em 1º de agosto. Foi o segundo ano seguido sem dissídio coletivo. No ano passado, a negociação foi intermediada pela Justiça do Trabalho.

Abono, reajuste e vale no acordo com Correios

Na área econômica, a proposta inclui abono de R$ 250 a partir de janeiro para quem recebe até R$ 7 mil, que será incorporado em julho, “impactando de forma proporcional nas demais verbas compensatórias”. Para quem ganha acima de R$ 7 mil, reajuste de 3,53%. Além disso, o acordo prevê abono salarial de R$ 1.500 também em janeiro, e vale-alimentação extra, no valor de R$ 1 mil, que será pago cinco dias úteis após a assinatura do acordo coletivo.

“O novo acordo prevê ainda o aumento dos valores de repouso remunerado para 200%, adiantamento do salário nas férias e parcelamento em cinco vezes, e aumento dos valores de horas extras”, acrescenta a federação. Para o comando de negociação, o acordo abre “novo momento” na ECT, com proteção social, abertura de diálogo e retirada da empresa da lista de privatizações.

Petrobras ainda sem acordo

No caso da Petrobras, as negociações com a Federação Única dos Petroleiros foram retomadas ontem (26), após rejeição da primeira proposta. A FUP informou que a AMS – programa multidisciplinar de saúde da campanha – é o tema mais importante da campanha. “Se não encontrarmos uma solução efetiva para as questões da AMS, esse ACT (acordo coletivo de trabalho) não será fechado”, afirmou o coordenador-geral da federação, Deyvid Bacelar.

Enquanto o acordo não é renovado, os funcionários receberão na próxima sexta-feira (29) a antecipação do aumento salarial com base na inflação. A correção será de 4,61% (IPCA acumulado) e retroativo à data-base dos petroleiros (1º de setembro).

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