Imaginem a seguinte situação, que acontece muito: um homem começa a trabalhar aos 20 anos de idade, contribui durante 35 anos com a previdência social, e depois de todo esse tempo de contribuição fica desempregado aos 55. Que chance tem esse homem de se empregar e conseguir trabalhar até os 65 anos, para finalmente se aposentar, em um país em que aos 50 anos as pessoas já são consideradas velhas para as empresas, para o mercado de trabalho? Como esse trabalhador vai conseguir sobreviver com sua família?

O mesmo com relação às mulheres, que terão que trabalhar até os 62 anos para se aposentar.

Esse foi um dos objetivos do golpe parlamentar, jurídico e midiático de 2016: acabar com direitos trabalhistas e previdenciários.

Reparem que a mídia há mais de um ano vem batendo na tecla da “modernização” desses dois sistemas, ouvindo diariamente os “especialistas a favor”.

Agora, diante de qualquer tentativa no Congresso de se tornar as mudanças na previdência um pouco menos cruéis, de qualquer emenda com este objetivo, os jornais repetem sempre que “o Brasil vai deixar de economizar” este ou aquele valor. Induzem à ideia de que os parlamentares que não concordam com o projeto desumano que está sendo votado são contra o país.

As consequências das experiências do laboratório neoliberal já estão sendo sentidas pelos brasileiros e vão ser muito mais a cada ano.

Um dia o Brasil vai acordar para essa tragédia que está sendo plantada friamente, como o Chile finalmente acordou.