Aqueles que condenaram Lula são ladrões de sonhos, de esperança. Jamais terão meu perdão

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Por José Carlos Asbeg, cineasta e jornalista – 

Ao assistir no Canal Curta! um filme extraordinário sobre o julgamento de Angela Davis, intelectual estadunidense, acusada de terrorismo e apontada como cúmplice em ação radical de jovens ativistas negros em 1970, a comparação com o julgamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi imediata.

E que vergonha para o Judiciário brasileiro! Que vergonha para Sergio Moro! Que vergonha para o STF! Que vergonha para Dallagnol! Que vergonha para os procuradores que há anos se empenham no assassinato de um cidadão! Que vergonha para a Polícia Federal! Que vergonha para Gebran, Paulsen, Laus! Que vergonha para todos os membros do TRF4!
Sim, vergonha absoluta para o resto das vidas de todos eles e de suas futuras gerações.




O filme é simples e direto: um julgamento em que sobre a ré recaíam acusações políticas para incriminá-la de um ato de que não participou. O ódio contra os negros norte americanos no levante dos Panteras Negros dos anos 1960 e 1970 se concentrou inteiramente na professora Angela Davis. O ódio era tal que o promotor simplesmente pediu que ela fosse sentenciada à morte três vezes. Era preciso que ela morresse, fosse ressuscitada e morta outras duas vezes.

O filme é uma aula de como um aparato judicial verdadeiramente ligado ao princípio do Direito, ao princípio da Justiça deve funcionar. Tudo que Moro, Gebran, Paulsen, Laus e todos os julgadores de Lula jamais tiveram: imparcialidade.

O princípio de qualquer julgador é a imparcialidade. O segundo princípio é a aplicação da Lei.
O promotor que a acusava, representante do governo dos Estados Unidos, era branco. O Juiz era branco. Os jurados, todos, eram brancos.
E o julgamento correu como tem que correr em uma corte de Justiça. Com o debate aberto, com apresentação de provas e testemunhas.

A condenação não estava estabelecida desde antes de a sessão começar, como ocorre hoje em dia no Brasil, nas cortes do Supremo, do STJ, do Moro e do TRF4 de Porto Alegre.
No julgamento de Angela não havia teatro, hipocrisia judicial. Havia um processo penal. Acusação e defesa se alternaram democraticamente em seus ofícios.
O resultado final: Angela foi absolvida por unanimidade.

A razão é simples: o julgamento foi justo, as partes debateram sob as regras do Direito. 104 testemunhas de acusação foram ouvidas, dezenas de defesa. A acusação apresentou provas fracas que foram descartadas por um Júri e por um Juiz que se mantiveram estritamente dentro da Lei. Provas, não convicções subjetivas.

Sergio Moro jamais cumpriu seu dever de magistrado, de juiz isento. Os desembargadores de Porto Alegre já tinham decidido a sorte de Lula antes de o julgamento começar. Trouxeram suas sentenças prontas antes de ouvir as novas razões da defesa. Não deram chance alguma ao Direito, à Justiça, à Lei.

O advogado inglês ficou pasmo de ver que de nada adiantou a defesa trazer novas provas, apresentar novos argumentos, pedir novos testemunhos. Uma corte de apelação que se fechou a qualquer nova manifestação do processo. Já tinham pré-julgado.

Expuseram o Brasil ao ridículo, à galhofa internacional! São juízes do Bananistão, o país que vocês criaram para seus privilégios. Velhacos da Bruzundanga, de Lima Barreto, um país só deles, que se escondem atrás de seu miserável juridiquês.

Covardes! Monstruosos! Mesquinhos! Vermes! Traidores do Brasil!
Ficarão na História como ficou o traidor Joaquim Silvério dos Reis, o homem que mandou Tiradentes para a morte. São traidores da pátria, traidores de milhões de brasileiros, traidores do futuro do nosso país.
A eles dedico meu mais profundo desprezo.

Espero que sejam exemplarmente punidos quando recuperarmos a democracia que vocês nos roubaram. Que seus privilégios sejam cortados, que seus auxílios moradia, educação, transporte, saúde, paletó, gabinete, sejam cancelados.
Que sejam presos e cumpram todas as penas cabíveis pelos crimes que cometem contra o Brasil e os brasileiros.

Que a punição exemplar sirva de lição para que outros covardes como eles não se atrevam jamais a usar a Justiça da forma espúria que a usam.

Que os livros de História jamais esqueçam seus nomes: Moro, Dallagnol, Gebran, Paulsen, Laus. Que vocês figurem sempre ao lado dos traidores do Brasil. Que vocês figurem ao lado de Aécio, Temer, Serra, Cunha, Aloysio, FHC, Geddel, Moreira, Jucá, Marun, Loures e outros que roubam o direito do Brasil se tornar uma nação, dos que roubam o direito do Brasil ter uma verdadeira Justiça.
São desprezíveis.

Não lhes tenho ódio algum. Tenho raiva de minha impotência. Dói muito. Meu sentimento é um só: desprezo.
Não adianta me rotularem de petista, comunista, radical, bolivariano. Sou tão somente um cidadão brasileiro indignado. Um cineasta muito indignado, mas também feliz que o cinema ainda seja capaz de obras inspiradoras de justiça, de fraternidade, de liberdade.

Não são apenas assassinos de um homem só. Destruíram o Direito no Brasil. São genocidas. Mandaram para a morte o povo brasileiro. São cúmplices da destruição do maior patrimônio do nosso país: o povo brasileiro. São ladrões de sonhos, de esperança. Jamais terão meu perdão.

Que vivam para sempre na vergonha.

ps. Shola Lynch é a diretora de Libertem Angela Davis e todos os prisioneiros políticos.

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