Recém-eleito presidente do Chile, Gabriel Boric anunciou na sexta (21) os nomes que irão compor o seu governo. De um total de 24 ministérios, 14 terão mulheres como titulares, entre elas a neta do ex-presidente Salvador Allende, Maya Alejandra Fernández Allende. Um terço dos nomeados são independentes, como parte de uma estratégia de superar os limites da coalização de campanha, Apruebo Dignidad, e atingir maioria no Congresso.
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“Em um momento em que o mundo muda vertiginosamente, o Chile também tem de mudar e se adaptar. Representamos a força de uma época”, afirmou.
“Por um lado, tinha que montar um governo paritário ou com mais mulheres do que homens; que incorporasse a diversidade de relalidades e onde houvesse presença também da educação pública, tanto a nível de formação escolar como de universitária; um governo que consiga ser a síntese de gerações, onde está nossa geração que emergiu para a vida pública em 2006 e que se formou em lutas sociais, mas também da outra que administrou o Estado durante muito tempo e que tem experiência valiosas com as quais queremos aprender”, disse Boric.
Boric destacou ainda que a diversidade de sua equipe de governo representa “ar fresco, juventude e novidade”. “Representamos uma energia geracional de transformação que aprendeu ao longo do caminho a valorizar a história que nos constitui.”
“Representamos também que o status quo e o conservadorismo são o pior do que pode haver no Chile neste momento”, acrescentou. “O Chile é diverso, e essa diversidade também tem que se expressar em suas instituições e na política.”
Em referência às comparações com o governo da ex-presidente Michelle Bachelet, destacou que a composição do governo foi paritária e, mesmo assim, sofreu pressões para trocar alguns nomes. Nesse sentido, criticou a elite chilena “que não consegue ver além dos próprios narizes”.
“Como parte de uma elite, creio que temos o dever e a responsabilidade de sair de nossos círculos de conforto e pensar em um Chile mais integral”, afirmou, em referência às diversas formações de seus ministros, que assumirão em 11 de março.
Izkia Siches será a primeira mulher a ocupar o Ministério do Interior. “Ela é uma liderança reconhecida pela sociedade chilena por conta do papel que desempenhou em alguns de nossos momentos mais difícieis durante a pandemia”, disse o presidente sobre a cirurgiã, ex-presidente do Colégio Médico Izkia Siches.
Antonia Urrejola assumirá o de Relações Exteriores e a deputada Maya Fernández, o de Defesa. A também parlamentar Camila Vallejo
(foto abaixo), uma das lideranças nas manifestações contra o governo de Pineda, foi designada à Secretaria Geral de Governo. O Ministério do Desenvolvimento Social será encabeçado por Jeanette Vega, e o de Justiça e Direitos Humanos, por Marcela Ríos.
Jeannette Jara cuidará do Ministério do Trabalho, María Begoña Yarza, do da Saúde, Marcela Hernando, do de Mineração, e Javiera Toro, do de Bens Nacionais. Mais jovem integrante do governo, com 32 anos, Antonia Orellana cuidará do Ministério da Mulher. Já as pastas de Esportes e Culturas serão coordenadas, respectivamente, por Alexandra Benado e Julieta Brodsky. A do Meio Ambiente ficará a cargo de María Eloísa Rojas.