Em entrevista ao UOL, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, tem hoje mais poder do que todos os ministros do STF juntos.
Publicado por Davi Nogueira, compartilhado de Diário do Centro do Mundo.
O PGR receberá nos próximos dias o relatório final da CPI da Covid. É ele quem decide se será aberta uma ação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O mandatário é acusado pela comissão de nove crimes.
“Neste momento, ele (Aras) tem mais poder do que os 11 ministros do Supremo juntos. Se os ministros do Supremo se reunirem hoje à tarde e quiserem abrir uma ação penal contra o Bolsonaro, eles não podem, tem que ter uma denúncia”, afirmou Kakay.
De acordo com o advogado, o procurador-geral terá 30 dias para se manifestar a partir do momento em que receber o relatório.
“A vantagem agora é que terá que ter a pressão nacional enorme. A CPI do Senado paralisou o país. Durante seis meses o Brasil ficou acompanhando. Já advoguei em várias CPI e nunca vi nada parecido, e com muita competência, técnica, apoio popular. É o Brasil inteiro que está esperando uma solução”, disse
Aras não quer indiciar Bolsonaro por um motivo específico
Augusto Aras não tem a menor intenção de indiciar Bolsonaro. O PGR sabe quais os crimes atribuídos pelo relatório da CPI da Covid contra o presidente. Parlamentares e aliados do chefe do executivo acreditam que o caso não será levado para frente. Pelo menos por enquanto.
Conforme apurou o DCM, pessoas próximas ao governante brasileiro não estão preocupados com o relatório. Na opinião deles, Aras ainda tem um sentimento de esperança em ser indicado ao STF. Isto porque André Mendonça continua sendo rejeitado por boa parte dos Senadores. E, principalmente, por Alcolumbre, presidente da CCJ da Casa.
Parlamentares também acreditam que o PGR sonha com a vaga no Supremo Tribunal. Por isso não terá nenhuma atitude que elimine definitivamente essa chance. “Se o relatório da CPI for pra frente, ele perde as chances de ir para o STF”, falou um senador em anonimato.