Por René Ruschel, jornalista
Arthur Lira, deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, é a síntese do anacronismo político que se instalou no Congresso verde-amarelo. Sua postura como terceiro homem na hierarquia do País remete à Casa aos seus piores momentos, só não menor que aos anos de chumbo quando, como um bando de cordeiros amestrados, se curvava à ditadura militar.
Filho pródigo de ex-capitão, Lira comandou o país durante seu desgoverno com a chave do cofre na mão. Distribuiu benesses para impor sua autoridade. Fechou os olhos às atrocidades cometidas durante a pandemia da Covid-19 quando quase 700 mil pessoas morreram.
O desastre Jair Messias tem suas digitais, afinal foi ele que segurou os mais de cem pedidos de impeachment. Garantiu a eleição de uma bancada retrógrada que não representa a face social deste país. Como presidente da Câmara, foi conivente com todas as mazelas que vivemos nos últimos quatro anos.
Agora, no governo Lula, quer continuar a impor sua vontade e manipula a Casa de acordo com seus interesses. Chantagem, negociatas, o toma-lá-da-cá, o ataque aos cofres públicos, tudo isso se tornou moeda de troca.
Lira e seu exército de Brancaleone insistem em neologismos como falta de “articulação política” entre o Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados. Só não explica o que isso significa. Mas trocando em miúdos é trapaça, estelionato, extorsão.
O cangaço político está instalado em Brasília.