Em Franca, no interior de São Paulo, um comerciante achou uma solução para contornar as baixas vendas neste final de ano, ajudar na ceia e enfrentar a alta dos preços .
Por José Augusto Camargo (Guto), compartilhado de Construir Resistência
Analistas avaliam que a economia mundial continuará com desempenho abaixo do esperado em 2023, inclusive, com a possibilidade de uma recessão, ou seja, a tempestade que estamos atravessando com a queda no comércio mundial causada pela pandemia e pela guerra na Ucrânia ainda causará estrago por um bom tempo.
No caso do Brasil, o caos foi alimentado também pela incapacidade do governo Bolsonaro que deixa para o presidente eleito resolver a situação. O presidente Lula que assume em janeiro, tudo indica, não terá vida fácil. Mas agora as festas de fim de ano se aproximam renovando a esperança de melhores dias.
No entanto, dado a situação econômica, preparar uma farta mesa para o Natal e o Ano Novo não será uma tarefa fácil; a dona de casa de classe média está reclamando do preço dos produtos típicos e as classes menos favorecidas desistiram de grandes banquetes.
Mas eis que a Peixaria do Zé do Peixe, da cidade de Franca, no interior de São Paulo, imbuído do espírito empreendedor que caracteriza a economia atual, resolveu, literalmente, vender seu peixe em suaves prestações. Agora a população de Franca poderá adquirir o bacalhau da ceia em 12 vezes no cartão.
É óbvio que os economistas, arautos do mercado, vão dizer que isto nada tem a ver com as dificuldades econômicas da população mas que, sim, é fruto da criatividade brasileira e a iniciativa deve ser vista como um bom exemplo a ser seguido por outros comerciantes de alimentos. Talvez esta seja a solução para tirar o Brasil do mapa da fome; vender comida a prestação com juros de mercado.
De qualquer forma, feliz 2023, nós estamos precisando..
Guto Camargo é jornalista e bacharel em Sociologia e Política. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.