Por Sergio Mesquita, secretario de Cultura de Maricá, RJ –
Uma barbárie que não teve a devida repercussão na mídia ocidental. Quarenta e três estudantes assassinados por ordem do Prefeito e sua mulher na cidade de Iguala, no México.
O que fazer agora? Devem estar se perguntando as autoridades mexicanas e o mundo capitalista. Como reagir ou tentar retomar a vida, quando países ocidentais começam a incluir em seus PIBs, a receita advinda das drogas e da prostituição? Assim procedeu a Itália, e estuda seguir o exemplo, a Inglaterra, entre outros. O que fazer com a população mais carente, quando o Estado assume esse papel? A legalização às avessas.
Como reagir no México, país mais que exaltado por FHC e os seus como um dos exemplos a serem seguidos, se hoje ele apresenta todos os seus índices sociais abaixo da marca de há 20 anos? País que assinou o NAFTA, a ALCA e mais de trinta acordos bilaterais, chegar ao ponto em que chegou! O que fazer, quando os cartéis das drogas se apossam da Polícia, Justiça e do Parlamento? Como chegamos a esse ponto?
Chico Alencar, há muito tempo, falou sobre a guerra das drogas no Rio. Recusava a denominação dada pela mídia de guerra civil. Dizia ele que era uma guerra por mercado, uma guerra capitalista. Loucura? Claro que não. Primeiro a Inglaterra, quando, ainda Império, as drogas foram de suma importância para sua dominação na China. Os EUA as usou para “alimentar” seus soldados no Vietnã, e depois para financiar as guerrilhas de direita na América Latina, África e outros recantos. No Brasil, é ou será diferente?
A milícia, o tráfego e os comandos controlam áreas e decidem, após acordo, quais candidatos podem ou não fazer campanha eleitoral ali. E depois de eleitos? Serão cobrados na hora de votar em projetos de segurança ou de combate ao tráfego?
Já foi notícia que o crime organizado investe na formação de advogados, juízes e policiais. Quais as contramedidas por parte do Estado? Vamos esperar o que aconteceu no México? Pior. E depois que acontecer? Manda os tanques? Joga-se napalm? Qual será o resultado para além do surgimento de um novo “Beira Mar”, um novo comandante? E povo da “favela”? Baixa de guerra?
Aumento da repressão apenas, não resolveu e não resolverá. Baixar a maioridade e prender menores, não deu resultado onde foi aplicada. A Alemanha voltou atrás em sua Lei. E agora? O que fazer se chegamos aonde chegamos?
Agora mais do que nunca, lembrando uma propaganda da FIAT, “está na hora de rever seus conceitos”. Para tal, que elejamos um Congresso Constituinte e reformemos a Política, a Justiça, a Polícia e regulamentemos a mídia. Caso contrário, entraremos em guerra, e nosso inimigo comum, receberá apoio das “forças democráticas” ocidentais, como recebeu a Ucrânia, e nos tornearemos oficialmente fascistas. Já existem alguns brasileiros que, segundo Leonardo Boff, não moram no Brasil, moram no Leblon, Ipanema, Jardins e outros, e desejam essa ajuda ardentemente, quase que “trincados”.