Ataques de Israel Ameaçam a Terra Inteira

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Por Ulisses Capozzoli, jornalista

Lamentavelmente, a previsão que fiz há 12 horas de que Israel lançaria um ataque imediato ao Irã se confirmou. Teerã, capital do Irã, foi duramente bombardeada em uma operação que reuniu centenas de aviões para tentar subjugar um dos povos mais guerreiros da história da civilização, os persas, renomeados, por um conjunto de razões, iranianos, em uma das muitas reviravoltas geopolíticas que ocorrem no Oriente Médio por razões mais que óbvias. Ainda que a maioria das pessoas tenha dificuldade em enxergar/interpretar essa situação: petróleo.





Energia é indispensável à sobrevivência de uma pessoa, nação ou à humanidade inteira. No passado histórico, o fogo, sob a forma de combustão da madeira, aqueceu e forneceu alimentos e armamentos a nossos ancestrais, ainda que isso possa parecer remoto e inverossímil. Mas foi o que aconteceu e continua acontecendo em regiões/áreas mais distantes dos centros de maior desenvolvimento técnico social.

Nessas áreas, o fluxo das águas tocou moinhos e inúmeras outras formas de operações até ser praticamente dispensado pela Revolução Industrial com base do carvão fóssil, as florestas, inúmeras formas de vida soterradas por movimentos geológicos que redesenham a cada minuto a fisionomia do planeta, ainda que tudo possa parecer imutável. O carvão, mas também o petróleo, produtos preciosos resultantes desses processos geológicos.

O petróleo, mais refinado que o carvão sob diversos aspectos, incluindo o ambiental que já afeta sensivelmente o ambiente planetário durante muito tempo foi um privilégio, antes de se transformar em algo como tragédia, pela disputa dessas fontes indispensáveis a qualquer preço, sob quaisquer circunstâncias.

A Venezuela, um dos países com grandes reservas de petróleo neste momento é um pobre país rico, sob estresse por esses interesses por países não petrolíferos. Ou elevados consumidores de petróleo como os Estados Unidos e sua polícia planetária no sentido de fazer valer o que é de seu único e exclusivo interesse.


O Irã também é um produtor de petróleo, mas seus recursos estão próximos do esgotamento e, sem energia não terá como sobreviver. O Irã depende, como razões de sobrevivência, de energia e neste momento ela é de natureza nuclear: a desintegração de átomos pesados que, nesse processo, liberam energia.

Por isso o Irã está firmemente determinado a dominar a energia nuclear, incluindo um outro uso dessas fontes de energia: armas nucleares, de que vários países são possuidores, incluindo Israel, o odiado e cada vez mais odioso vizinho no mundo árabe que chamamos por aqui de Oriente Médio, por uma razão de natureza geográfica, menor distância, o Oriente Próximo da Europa.


O Irã tem direito de ter sua bomba atômica? certamente muita gente se questiona. Se um conjunto de países tem esse direito conquistado por que o Irã, ou qualquer outro país não teria, ao menos por razões de coerência lógica?

Os Estados Unidos foram o primeiro país a desenvolver uma bomba atômica e atiraram dois desses artefatos sobre Hiroshima e Nagazaki, no Japão, em 1945 num experimento dramático ainda hoje. Até porque, um único artefato teria sensibilizado o Japão a render-se.

Mas foram utilizadas duas bombas para efeitos, digamos, “experimentais”. A primeira delas, a Little Boy (“Garotinho”) tinha como fonte o urânio 235 que libera energia por fissão nuclear. A segunda a “Fat Man” (“Homem Gordo”) utilizou plutônio 239, também por fissão, algo até então nunca observado fora de um laboratório de testes.

A fissão nuclear é o processo em que um núcleo atômico “pesado” (mais complexo) divide-se em dois ou mais, menores, liberando poderosas quantidades de energia nesse processo. Aperfeiçoamos esse refinamento e agora existem bombas por fusão nuclear, quando núcleos mais simples são combinados para formar um mais complexo e a diferença de massa nesta transformação é liberada sob forma de energia.

Esse é o processo que ocorre no coração do Sol e das outras estrelas que cintilam em noites escuras sobre nossas cabeças dispersas. O ataque de hoje feito com as justificativas de sempre de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, com o objetivo de destruir as instalações nucleares do Irã, (o que esse país evidentemente não irá aceitar, sob pena de se transformar numa nova e trágica Gaza) conduz o mundo a um impasse em torno do que fazer para evitar um confronto nuclear global.

Um evento dessa natureza calcinaria, como uma maldição cósmica, esta bela e delicada Terceira Pedra do Sol. Pode parecer ficção. Mas é a mais pura realidade.

Imagens do bombardeio no Irã durante a madrugada.
Crédito: Varid Salemi AP.

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