Até o the Guardian sabe: Dilma é a melhor opção para o povo brasileiro

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Merece destaque e análise a tentativa, por parte de alguns setores da mídia brasileira e principalmente da oposição política do nosso país, de reduzir, minimizar e desconstruir os avanços promovidos no Brasil nesses 12 anos de governo Lula e Dilma. Aqui, esses setores parecem não enxergar – ou não querer ver – o que o mundo todo alardeia com destaque.

Dessa vez, foi o jornal inglês The Guardian que publicou um artigo intitulado “Porque a presidenta Dilma poderia vencer as eleições presidenciais”, dizendo que “o país tem muitos problemas, mas a melhoria na renda e condições dos trabalhadores significa que muitos brasileiros se saíram bem na última década”.




O primeiro parágrafo do artigo mostra claramente quem são aqueles que torcem contra Dilma e, por extensão, contra a melhoria de vida dos brasileiros: “Quando Marina Silva passou à frente de Dilma nas pesquisas algumas semanas atrás, houve uma excitação da mídia de negócios americana e dos mercados financeiros do Brasil”, diz o The Guardian, que lembra ainda que ricos e poderosos estão ansiosos por mudanças depois de 12 anos de governo do PT.

O jornal pontua que, apesar da grave crise econômica com auge em 2008 e 2009, o PIB per capita brasileiro cresceu, em média, 2,5% por ano, entre 2003 e 2014. Isso foi três vezes mais do que nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, “que implementou políticas relacionadas ao Consenso de Washington e permanece como o presidente preferido do capital americano”.

O artigo também diz que, embora haja problemas, aqueles que apostam na reeleição de Dilma enxergam que os 12 anos de governos petistas significam um avanço significativo em comparação com os governos anteriores, já que o Brasil reduziu a pobreza em 55% e a extrema pobreza em 65%. O artigo cita o sucesso do Bolsa Família, os recordes alcançados com a menor taxa de desemprego da história, o progresso na diminuição das desigualdades sociais e chega à conclusão de que os mais pobres, evidentemente, foram os que mais ganharam com os governos democráticos e populares de Lula e Dilma.

O autor do texto, Mark Weisbrot, especialista em economia e política, critica a atuação da mídia e das elites brasileiras, bem como de alguns setores da mídia internacional. Para ele, a elite não vê com bons olhos os ganhos do povo e leis como a PEC das Domésticas, por exemplo, que garantiu às trabalhadoras os direitos trabalhistas. E a mídia tenta desconstruir a política econômica do atual governo porque não está tão amigável aos Estados Unidos, como era antigamente.

Mark termina o texto dizendo que “se Dilma ganhar as eleições será porque a maioria dos brasileiros conseguiu muito do que queria quando votaram na presidenta. Eles podem e devem querer mais – mas é improvável que eles escolham voltar ao passado”. Até quem não vive no Brasil reconhece, Dilma e Lula promoveram uma revolução pacífica no nosso país e o povo quer ainda mais. Por isso, no dia 5 de outubro, é Dilma de novo, para o Brasil seguir mudando.

Leia, abaixo, a íntegra do artigo, em tradução livre:

Porque Dilma Rousseff poderia ganhar a eleição presidencial do Brasil

O país tem problemas amplamente noticiados, mas as melhoras na renda e nas condições de muitos trabalhadores significam que um monte de brasileiros se deram bem na última década.

Quando Marina Silva passou à frente da atual presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, nas pesquisas de algumas semanas atrás, houve um grande entusiasmo na imprensa de negócios dos Estados Unidos e nos mercados financeiros brasileiros.

O Partido dos Trabalhadores (PT),de Dilma, está no poder há 12 anos, e um monte de pessoas ricas e poderosas estão prontos para uma mudança. A sorte parecia favorecê-los: a economia brasileira, depois de ter diminuído consideravelmente nos últimos anos, entrou oficialmente em recessão este ano – algo que significaria o fim para muitos presidentes em exercício. Antes disso, houve protestos nas ruas sobre o aumento do custo dos transportes públicos e os gastos do governo na Copa do Mundo, e o próprio evento terminou em desastre com uma humilhante derrota por 7-1 da Seleção Brasileira nas mãos da Alemanha.

No entanto, Dilma se recuperou de cada golpe, e agora parece prestes a sair por cima em ambos os turnos das eleições. Como isso aconteceu? Se ela for reeleita, pode ser porque a maioria dos brasileiros está olhando para o legado de 12 anos de seu partido e, aqueles que tem idade suficiente ou conhecem a história o suficiente para se lembrar, estão comparando com o passado. Para a grande maioria, as mudanças são bastante surpreendentes.

Apesar da desaceleração dos últimos anos, e da crise mundial de 2009, o PIB per capita do Brasil  cresceu a uma média de 2,5% ao ano entre 2003 e 2014. Esta foi mais de três vezes a taxa de crescimento durante os dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso, que implementou políticas relacionada ao “Consenso de Washington” e continua a ser o estadista preferido na capital dos EUA.  Antes de Cardoso, houve uma década e meia de fracasso econômico ainda pior, e a renda per capita chegava a cair. 

Esse retorno do crescimento, mais o uso de aumento de receitas para investir em gastos sociais, por parte do governo, reduziram a taxa de pobreza no Brasil em 55% e a pobreza extrema em 65%. Para aqueles em situação de extrema pobreza, o Bolsa Família – programa de transferência de renda de fama internacional – promoveu um aumento de  60% ​na renda em 2011, contra de 10% em 2003. Um aumento robusto do salário mínimo – 84% desde 2003, após o ajuste de acordo com a inflação – também ajudou.

O desemprego caiu para uma taxa recorde de 4,9%: era de 12,3%, quando Lula da Silva assumiu o cargo em 2003. A qualidade do emprego também aumentou: o percentual de trabalhadores no setor informal da economia encolheu de 22% para 13%.

A distribuição de renda no Brasil continua sendo uma das mais desiguais do mundo, mas também houve um progresso significativo nesse sentido. De 2003 a 2012, os 40% da população logo abaixo da classe média quase duplicou sua renda no país, em comparação com a década anterior. Isso veio às custas dos 10% mais ricos. Os pobres têm, obviamente, se beneficiado mais com essa transformação da economia brasileira, e isso se reflete nas pesquisas. Mas não foram apenas os pobres que melhoraram o seu bem-estar: com uma renda familiar média de apenas cerca de US$ 800, a grande maioria dos brasileiros tiveram ganhos expressivos com o crescimento e valorização da renda, diminuindo o desemprego e aumentando o valor das pensões, que a década passada trouxe.

Do ponto de vista das elites, esses ganhos para os trabalhadores comuns não são tão boas notícias. A lei agora exige que trabalhadores domésticos de tempo integral  – que são muitos no Brasil, graças à grande desigualdade social – sejam tratados como empregados formais, com jornada máxima estipulada de trabalho, salários mínimos e segurança social, e isso foi outro aborrecimento recente para os “ricos “.

A contra-narrativa de que o país sob o comando o PT está na estrada para a ruína encheu a mídia no Brasil, que é principalmente contra o governo, e a imprensa internacional. Nesta visão, a economia desacelerou, porque o governo não é suficientemente amigável para negócios. A inflação, atualmente no topo da meta de 6,5%, é muito alta, impulsionada por um mercado de trabalho que é visto como muito estrito, e o governo, argumenta-se, precisa cortar gastos. Outro tema da oposição na última eleição, que foi recentemente ressuscitado, é que o Brasil deveria ser mais amigável para os EUA e sua política externa altamente impopular na região.

A realidade em torno da política econômica do Brasil é que o governo, desde o final de 2010, ouviu as “grande finanças” um pouco demais, elevando as taxas de juros e corte de gastos, quando a economia estava muito fraca. Esperamos que esses erros não se repitam.

Se Dilma vencer, será porque a maioria dos brasileiros conseguiu muito do que queriam quando votaram na presidenta. Eles podem querer mais, e devem – mas é improvável que optem por um retorno ao passado.

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