Por Washington Luiz Araújo, jornalista –
Mais de 40 mil pessoas recepcionaram a presidenta Dilma Rousseff em Belo Horizonte na última sexta-feira. Na virada cultural em São Paulo, a grande atração foi o “Fora Temer” (com todo o respeito aos grandes nomes da música brasileira que lá compareceram. Ah, e à Popozuda também os nossos abundantes respeitos). No Rio, semana passada, a Cinelândia foi totalmente tomada pelo hit do momento, “Fora Temer”, sem se esquecer daquele que foi para não sair, Eduardo Cunha, a peça chave do golpe e o verdadeiro comandante do governo golpista. A maioria das sedes do Ministério da Cultura no Brasil está ocupada. Mas a Globo não mostra nada disso. E, quando mostra, o faz de forma a esconder o povo e sua voz. Só para que se tenha uma ideia: os 40 mil de Belo Horizonte foram reduzidos a 1.200 na lupa ao contrário da emissora dos Marinho.
Em 1984, a Globo também tentou esconder até onde pôde os milhões de pessoas nas ruas pelas ‘Diretas Já”. Aliás, foi quando ela ganhou o já célebre slogan “Fora Rede Globo, o povo não é bobo”. Depois, tentou pegar carona naquele grande movimento cívico, mas o povo não esquece.
Agora, cúmplice do golpismo que volta com tudo depois de 1964, a Rede Globo repete a sua mania de esconder o povo nas ruas. E sempre conta com o apoio de um DataFolha, que calcula o número de pessoas de acordo com a vontade da família Frias, e da Polícia Militar, que finge não ver gente nas ruas, mas bate até na sombra.
A pergunta que fica: até quando a Rede Globo vai esconder o povo com a peneira da deturpação? Tá ficando muito chato isso. Cada vez mais patético, caricato e revoltante. Credibilidade zero. Na verdade, menos que isso.
Foto: ativista digital Barbudinho mostrando ao vivo cartaz sobre a Globo