Até quando gente morrerá como mosca nos temporais?

Compartilhe:

Entra ano, sai ano, o filme é o mesmo. Pode ser no Rio de Janeiro, em São Pulo, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul ou em qualquer outro estado. Os brasileiros, em sua imensa maioria pobres, seguem tendo suas vidas ceifadas por temporais e inundações, ou perdem seus móveis, eletrodomésticos e suas casas, em geral comprados com o sacrifício de toda uma vida.

Por Bepe Damasco, compartilhado de seu Blog




Foto: Marina do Brasil

Aliás, tentei pesquisar, sem êxito, o número vítimas fatais de enxurradas no Brasil ao longo da História. Aposto que a quantidade é alarmante.

Antes de tudo, é preciso reconhecer a complexidade da questão e fugir da armadilha de politizar as tragédias, poupando aliados e condenando adversários. 

É verdade que o aquecimento global  provoca chuvaradas cada vez mais fortes e torrenciais. E a tendência é piorar. Sabemos que a raiz do problema das enchentes vem de longe, pois a ocupação das nossas metrópoles se deu da forma desordenada e ambientalmente irresponsável, contando  muitas vezes com a conivência e endosso de gestores movidos por suas ambições eleitoreiras. Em cidades com a topografia do Rio, repleto de montanhas e encostas, o perigo é ainda maior. 

Acabo de ler que em 1942 municípios brasileiros existem áreas de risco.

Tudo isto posto e considerado, algumas perguntas às autoridades, especialmente a prefeitos e governadores, a quem cabe a responsabilidade maior nesta área, seguem sem resposta há muitas décadas. A saber:

1) Os recursos investidos em saneamento básico têm sido suficientes para evitar as consequências dos temporais?

2) Que percentual do orçamento vem sendo destinado a ações e obras de prevenção de enchentes?

3) O trabalho de desassoreamento de rios e lagoas não é negligenciado?

4) A quantas andam a canalização dos rios, o reflorestamento de áreas próximas a eles, a construção de diques e barragens?

5) As obras nas encostas e demais áreas de risco são monitoradas de forma permanente, ou são deixadas de lado depois que a sociedade e a imprensa dão uma trégua nas cobranças?

Não é preciso nem ser especialista em questões ambientais, para saber que boa parte dos mandatários está longe de fazer o básico para evitar as tragédias que, desgraçadamente, acabam naturalizadas por parcela expressiva da população, uma vez que se tornaram rotina. 

O poeta Caetano diz “gente é para brilhar, não para morrer de fome.”

Nem de fome e tampouco afogada ou soterrada.

Basta!

O Bem Blogado precisa de você para melhor informar você

Há sete anos, diariamente, levamos até você as mais importantes notícias e análises sobre os principais acontecimentos.

Recentemente, reestruturamos nosso layout a fim de facilitar a leitura e o entendimento dos textos apresentados.
Para dar continuidade e manter o site no ar, com qualidade e independência, dependemos do suporte financeiro de você, leitor, uma vez que os anúncios automáticos não cobrem nossos custos.
Para colaborar faça um PIX no valor que julgar justo.

Chave do Pix: bemblogado@gmail.com

Compartilhe:

Posts Populares
Categorias