O Ato em homenagem aos 60 anos do Comício da Central do Brasil, realizado pela ABI, na quarta-feira (13), foi emocionante e histórico.
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Fotos: Moysés Corrêa
O Ato, que lotou o auditório do 9.o andar da ABI e o foyer, contou com a presença da viúva, da filha e das netas do ex-presidente João Goulart – Maria Thereza, Denise, Bárbara e Isabela; de Clodsmidt Riani Filho, filho de Clodsmidt Riani, que era presidente da CGT em 1964 e foi um dos organizadores do comício; de Gabriel do Vale, neto do cantor João do Vale, “o poeta do povo”; do professor Ivan Cavalcanti Proença, conselheiro da ABI, que participou como militar da resistência ao golpe; do ex-deputado federal Nilmário Miranda, assessor de Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos; da deputada Marina do MST; de Luiza Coelho, representante da UNE; de Zoia Prestes e Luiz Carlos Prestes Filho, filhos de Luis Carlos Prestes, entre outros.
O filho de João Goulart, João Vicente Goulart, mandou uma mensagem em vídeo, que foi exibida no Ato.
No Ato foram exibidos também trechos e imagens do discurso de Jango no Comício.
O presidente da ABI, Octávio Costa, saudou os presentes, especialmente a família do ex-presidente João Goulart, destacou a importância do discurso de Jango no comício e disse que a ABI se sentia honrada em promover esse Ato, “que tem a cara da ABI”.
O ex-deputado Nilmário Miranda, que é assessor de Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos, destacou a importância do evento para a democracia e a memória do país e lembrou que no dia 15 de março, dois dias depois do Comício da Central do Brasil, o ex-presidente João Goulart assinou um decreto criando, pela primeira vez no Brasil, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.
Mas a síntese do Ato foi a fala de uma das netas do ex-presidente João Goulart, Isabela Goulart: “Um país sem memória é um país sem identidade. Um país sem identidade é quase como se fosse uma folha em branco. O primeiro a chegar, escreve o que quiser”.
Exposição Rio 64 – a capital do golpe
No foyer ao lado do auditório, foi inaugurada a exposição Rio 64 – a capital do golpe – que fica em cartaz até o dia 13 de abril – e relembra os principais acontecimentos que culminaram no golpe na madrugada do dia 01 de abril e o contexto cultural e intelectual da época. Simultaneamente à inauguração da exposição física, será lançada a versão virtual no site Rio Memórias (www.riomemorias.com.br) onde os visitantes poderão acessar, na íntegra, as memórias apresentadas na exposição física, além de outros acontecimentos.
A curadoria da exposição é assinada por Heloisa Starling, escritora, historiadora, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenadora do Projeto República, e Danilo Marques, doutor em história pela UFMG e pesquisador do Projeto República.