Atos do 8 de janeiro pedem a prisão de Bolsonaro e de mentores

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CUT puxou manifestações junto com movimentos populares e partidos políticos em ao menos três capitais na noite desta segunda-feira

Po: Carolina Servio, compartilhado de CUT




 FERNANDO FRAZÃO/ AGÊNCIA BRASIL

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Manifestação em defesa da democracia, na Cinelândia, marcou um ano da tentativa de golpe

Os atos em defesa da democracia, realizados neste 8 de janeiro, data que marca um ano da invasão na praça dos Três Poderes, em Brasília, seguiram no fim da tarde e noite desta segunda-feira. 

Chamados por movimentos sociais, partidos políticos, organizações sociais, sindicatos e centrais sindicais, entre elas a CUT, ao menos três capitais – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte  – contaram com atividades no fim do dia. Pela manhã e durante a tarde outras capitais também tiveram atos de rua para exaltar a democracia e pedir punição para golpistas.

O tom das manifestações, incluindo o ato realizado pelo Palácio do Planalto com a presença do presidente Lula, reforçou a participação de militares na tentativa de golpe em 2023, e cobrou a punição não só de quem participou da invasão, mas também dos responsáveis por elaborar a tentativa de golpe. 

São Paulo 

O público se reuniu na avenida Paulista por volta das 17h, e ocupou parte do vão-livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo). Segundo a organização do ato, 6.000 pessoas participaram. O grupo saiu por volta das 19h30 em caminhada até a praça do Ciclista.

“Democracia” e “sem anistia” foram as expressões mais vistas e ouvidas nos cartazes e falas no caminhão de som, em meio a críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), descrito pelos oradores como mentor do ataque de um ano antes. 

O secretário de Mobilização da CUT-SP, Osvaldo Bezerra, afirmou que o ato serviu “para lembrar para que nunca mais aconteça”, e classificou o ato golpista de 2023 de uma das maiores tentativas de golpe que o país já sofreu. “A vontade do povo brasileiro deve ser respeitada. Os atos de hoje e a resistência em 2023 provam que estamos no caminho certo”, disse Bezerra. 

As marchas, com o mote “O Brasil se une em defesa da democracia”, foram puxadas pelas frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, que reúnem entidades como MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), a CUT (Central Única dos Trabalhadores), CMP (Central de Movimentos Populares), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e UNE (União Nacional dos Estudantes).

Rio de Janeiro 

No Rio de Janeiro os militantes se concentraram na Cinelândia. O presidente do Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro, Sérgio Giannetto, afirmou, ao lado de outros dirigentes e sindicalistas, que os atos de 8 de janeiro “devem servir para responsabilizar os responsáveis pela tentativa de golpe em 2023, ou seja, quem praticou mas também os mentores”. 

“O que aconteceu não pode cair no esquecimento. Foi uma tentativa clara de golpe. O governo Bolsonaro foi marcado por tentativas sucessivas de golpes, e conseguiu atingir os trabalhadores quando causou desemprego e mais pobreza ao povo brasileiro”, disse Giannetto. 

Minas Gerais 

Em Belo Horizonte, a sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), que abriga também a Casa de Jornalista, foi o ponto de encontro dos manifestantes. De forma simbólica, cópias do relatório da CPI dos atos golpistas do ano passado foram distribuídas. 

O presidente da CUT-MG, Jairo Nogueira Filho, afirmou que, caso a tentativa de golpe tivesse sido concretizada, os trabalhadores “estariam vivendo com grandes dificuldades”, e valorizou a atuação do presidente Lula na condução da crise nos primeiros dias de 2023, tão logo havia sido empossado na presidência da República. 

Nogueira Filho aproveitou o encontro para afirmar que o projeto representado pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema, reproduz no estado os mesmos traços do de Jair Bolsonaro no governo federal. 

“Estamos atentos com a nossa democracia e fazendo a luta em Minas Gerais. Não vamos deixar criar um outro golpista para 2026”, disse o dirigente. 

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