Atropelamento ciclista Marina Harkot: julgamento de motorista que matou Marina Harkot é adiado para janeiro de 2025

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O adiamento foi provocado pelo pedido da defesa de José Maria da Costa Júnior, que apresentou um atestado médico afirmando que ele estaria com dengue

Por Roberta Soares, compartilhado de JC




José Maria da Costa Júnior dirigia uma Hyundai Tucson e fugiu depois de atropelar e matar Marina Kholer Harkot. Pouco depois, foi flagrado por uma câmera em um elevador sorrindo e conversando com uma mulher
José Maria da Costa Júnior dirigia uma Hyundai Tucson e fugiu depois de atropelar e matar Marina Kholer Harkot. Pouco depois, foi flagrado por uma câmera em um elevador sorrindo e conversando com uma mulher – REPRODUÇÃO

julgamento do motorista acusado de atropelar e matar a ciclista Marina Kohler Harkot em novembro de 2020, previsto para ser realizado nesta quinta-feira (20/6), foi adiado em mais de seis meses. A nova data, definida pela Justiça de São Paulo, é o dia 23 de janeiro de 2025.

O adiamento foi provocado pelo pedido da defesa de José Maria da Costa Júnior, que apresentou um atestado médico afirmando que ele estaria com dengue. O julgamento estava marcado desde outubro de 2023.

“Há quatro anos carregamos, diariamente, a dor de não ter Marina ao nosso lado e a ansiedade de ver a justiça sendo feita. A demora também é um tipo de impunidade, e isso não pode se estender”, diz Maria Claudia Kohler, mãe de Marina Kohler Harkot.

A punição será decidida por um júri popular composto por até 21 pessoas que representam a sociedade em geral. Mesmo com o adiamento, familiares e amigos, que já estavam mobilizados para o julgamento, fizeram uma manifestação em frente ao Fórum da Barra Funda, em São Paulo, com a expectativa de que o caso seja julgado o mais rápido possível. 

A punição será decidida por um júri popular composto por até 21 pessoas que representam a sociedade em geral. Mesmo com o adiamento, familiares e amigos, que já estavam mobilizados para o julgamento, fizeram uma manifestação em frente ao Fórum da Barra Funda, em São Paulo, com a expectativa de que o caso seja julgado o mais rápido possível.

MPSP PEDIU COMPROVAÇÃO DE DOENÇA

SILVIA BALLAN/DIVULGAÇÃO
Marina Kohler Harkot pedalava quando foi atingida pelo Hyundai Tucson dirigido pelo empresário José Maria da Costa Júnior, 34 anos, alcoolizado e que fugiu sem prestar socorro – SILVIA BALLAN/DIVULGAÇÃO

O Ministério Público de São Paulo solicitou o teste de sorologia para a Santa Casa na cidade de Socorro, onde o réu foi atendido. O objetivo é confirmar a doença alegada pela defesa.

“Esse julgamento não é apenas sobre a vida da minha filha, é sobre as vidas das centenas de pessoas que morrem no trânsito todos os dias. Enquanto o autor dessa barbaridade continua levando sua vida, nós vivemos a ansiedade de esperar por justiça para Marina”, reforçou Maria Claudia Kohler.

A manifestação também contou com a presença da ativista Renata Aragão, da organização Rodas da Paz, em Brasília. Ela é mãe do ciclista Raul Aragão, atropelado e morto em 2017, aos 23 anos. “Enquanto houver essa sensação de impunidade, a violência no trânsito vai continuar”, declarou Renata.

UM JULGAMENTO QUE INTERESSA À SEGURANÇA VIÁRIA DE TODO O PAÍS

DIVULGAÇÃO
Familiares e amigos de Marina Kohler Harkot realizaram um protesto no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, mesmo com o adiamento do julgamento – DIVULGAÇÃO

Marina Kohler Harkot, então com 28 anos, foi atropelada quando pedalava na Avenida Paulo VI, no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Ela voltava para casa.

A morte da cicloativista virou símbolo nacional da luta pela mobilidade ativa, pela segurança viária e por cidades menos rápidas e mais humanas. Virou bandeira, também, da impaciência com motoristas que ainda bebem e dirigem e, ainda, fogem sem prestar socorro às vítimas.

Virou marca da intransigência social com a irresponsabilidade ao volante. Por isso, o júri popular do motorista que matou Marina interessa a todo o Brasil.

O responsável pelo atropelamento, além de não ter prestado socorro à ciclista, estaria embriagado, destruiu as provas do crime e ficou foragido durante o início das apurações, segundo as investigações.

Costa foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo e denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por homicídio doloso qualificado por dirigir sob efeito de álcool.

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