Autor disponibiliza gratuitamente ebook de “Guerrilha do Araguaia, a esquerda em armas”

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Por Cezar Xavier, publicado em Grabois – 

Em parceria com a editora Anita Garibaldi e a Fundação Maurício Grabois, o professor Romualdo Pessoa Campos Filho autorizou a liberação dos direitos autorais da obra referencial sobre o conflito no sul do Pará que combateu a ditadura militar a partir de 1972. Baixe o ePub ou o PDF gratuitamente.

Desde que foi publicado em 1997 pela editora da Universidade Federal de Goiás (UFG), em sua 1a. edição, a Guerrilha do Araguaia – A esquerda em armas tornou-se uma obra respeitada entre historiadores, jornalistas, ativistas de direitos humanos, militantes e uma referência bibliográfica obrigatória para todos aqueles que quiserem pesquisar sobre esse episódio, talvez o mais marcante no que concerne à resistência armada à ditadura militar.

No ano de 2012, a parceria entre a Editora Anita Garibaldi e a Fundação Maurício Grabois oportunamente publicaram a 2a. edição, revista e ampliada com novas informações dos 15 anos que se seguiram à edição original. “E agora, por proposta do autor, e prontamente aceita pela Editora e pela Fundação, estamos disponibilizando esta edição em formato ePub e PDF, gratuitamente, para o público”, afirmou Adalberto Monteiro, secretário de Comunicação do PCdoB e ex-secretário-geral da Fundação Maurício Grabois.




Segundo Monteiro, essa publicação digital se reveste de grande importância por dois motivos básicos:

Primeiro, a Guerrilha do Araguaia, perto de completar meio século depois de sua deflagração nas selvas da Amazônia, no sul do Pará, em plena ditadura militar, continua sendo objeto de debates pesquisas e produção cultural, tais como filmes, peças de teatro e obras literárias.

O segundo motivo, de acordo com ele, se refere à nova realidade que o país passou a viver desde a vitória da extrema direita nas eleições de outubros de 2018. Segmentos do bloco reacionário que venceram as eleições, a começar do presidente eleito Jair Bolsonaro já reiteraram a determinação de revisar a história do Brasil, sustentando que não houve ditadura militar e que também não houve atrocidades praticadas pela ditadura.

Disponível, agora, digitalmente e gratuitamente ao público, a obra do professor Romualdo, reitera Monteiro, “torna-se um instrumento importante da verdade, da memória e do grande legado dos brasileiros e brasileiras que, no Araguaia e em outros capítulos memoráveis da resistência, deram as suas vidas pela democracia e pela liberdade”.

Para além das versões, o fato!

O professor Romualdo Pessoa Campos Filho aprofunda os motivos mencionados por Mnteiro para justificar o gesto de autorizar a liberação de direitos autorais da obra. Leia abaixo:

“A Guerrilha do Araguaia segue sendo um dos conflitos mais comentados de nossa história recente. Tanto pelo contexto no qual ela aconteceu, como, principalmente, pela barbaridade como se deu a repressão àqueles combatentes que se embrenharam dentro das matas para resistir à uma ditadura que se impôs por um golpe militar em nosso país. Assim como também pela absoluta ausência de respostas aos clamores dos familiares dos desaparecidos nessa guerra interna que mobilizou imenso contingente de tropas federais das Forças Armadas e das polícias militares e federal, entre 1972 e 1975.

Mas, nos últimos anos, como uma consequência de mudanças conjunturais em nosso país, vozes conservadoras procuram perversamente recontar a história tentando humanizar torturadores e as barbaridades cometidas naquele período. É nesse ambiente de um profundo retrocesso nos rumos que o Brasil tomava, em que tentava responder aos crimes que foram cometidos, até por força de decisões de cortes internacionais, que assistimos a novos debates que procuram insinuar que tais perversões foram cometidas dos dois lados. A desproporção da reação militar tem sido absolutamente ignorada na forma como a ditadura determinou que o conflito fosse tratado. Por outro lado procura-se dar uma dimensão exagerada a situações internas ao movimento guerrilheiro, até mesmo com ilações e afirmações impossíveis de serem comprovadas, afirmadas ou negadas.

Quando escrevi este livro, fruto de um trabalho intenso de pesquisa e dedicação, tive o cuidado de não inserir nada que não fosse comprovável, como devemos agir em qualquer trabalho acadêmico. Por isso, e preocupado com os rumos que nos últimos anos essa discussão tem tomado e da repercussão que a grande mídia tem dado a algumas versões que se chocam com a veracidade dos fatos, por não poder ser comprovável, foi que decidi solicitar a Editora Anita a disponibilização deste meu trabalho em PDF, gratuitamente, para que o debate possa ser feito em igualdade de condições com as versões que são apresentadas com mais visibilidade. Claro que existem controvérsias, e a nossa história conta-se assim, com diversas versões. Espero que o leitor ávido por conhecer a história da Guerrilha do Araguaia, possa fazer sua comparação, e o que apresento em nenhum momento foge dos critérios científicos exigidos, de lealdade à verdade e de comprovação daquilo que foi registrado. Aos que desejarem, possuo um vasto arquivo, que se amplia até os anos de 2014, com registros importantes sobre o que de fato aconteceu na região conhecida como “Bico do Papagaio”, desde 1968 até os dias mais recentes. Para fazer contato comigo basta acessar as redes sociais. Obrigado e boa leitura.”

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