Por Edmundo Aguiar, integrante do Fórum Nacional dos Ex-Reitores Fundadoresdos Institutos Federais e membro do Conselho de Educação do Sinpro-Rio
Não é bolsonarismo, esqueçam! Bolsonarismo não é uma teoria política, não é uma ideologia, foi apenas uma expressão usada propositalmente, pelos ultra-direitistas no Brasil, para esconder sua verdadeira identidade histórica. São fascistas, mais precisamente, nazifascistas, uma emulação de duas versões de uma mesma doutrina, nascidas na Europa, num mesmo contexto histórico que vai desde quase o final da primeira guerra mundial, até uma década após, anteriormente ao início da segunda.
Já estavam por aqui desde então. Inicialmente como o segundo maior partido nazista do mundo, que após sua proibição de funcionamento em 1938, (assim como a Associação Brasileira Integralista, sua prima-irmã, numa versão mais tropical), manteve atividades clandestinas organizadas, que com a derrocada do Terceiro Reich, se dispersou.
Porém, continuaram tramando na surdina, tiveram um primeiro ensaio de recrudescimento com o golpe cívil/militar de 64, mas sua doutrina não prosperou nas massas populares. Mantiveram-se então camuflados em fardas, togas, jalecos, batinas, etc, e sempre estiveram pregando, agindo, ensinando e intervindo na sociedade, inclusive por dentro de partidos legais da direita conservadora.
Esperavam por uma nova oportunidade para se reunirem todos sob uma mesma insígnia, com apoio das massas, e dessa vez, quase conseguiram. Mais uma vez, foram derrotados. Mas a derrota eleitoral não é o seu fim, mesmo que os obriguemos a retornar aos esgotos de onde saíram.
Se não disputarmos corações e mentes e conquistarmos a hegemonia política na da sociedade e em especial da classe trabalhadora, para fazê-los sucumbir, remetendo-os ao lixo da história, eles retornarão muito antes do que se espera.
E ainda que o façamos, não poderemos descansar. A luta contra a “cadela do fascismo”, que como disse Bertolt Bresch, “está sempre no cio”, é uma tarefa permanente.
Precisamos estar alertas, vigilantes, organizados e mobilizados, desalojando-os dos postos que hoje eles ocupam, avançando sobre suas trincheiras sem trégua nem esmorecimento, não cedendo um milímetro de terreno ao inimigo.