Avanço da variante ômicron prolonga caos aéreo pelo mundo; França deve ampliar restrições

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A variante ômicron continua provocando o caos no transporte aéreo, com milhares de voos cancelados em todo o mundo desde o fim de semana de Natal. A rápida propagação da cepa deve levar a França a anunciar nesta segunda-feira (27) novas restrições para enfrentar a pandemia.PUBLICIDADE

Compartilhado de RFI




Além dos 8,3 mil voos cancelados no fim de semana de Natal, dezenas de milhares de voos sofreram atrasos entre sexta-feira e domingo. De acordo com o site FlightAware, os problemas continuarão na segunda-feira e terça-feira (2.100 e 700 voos cancelados, respectivamente, até o momento).

Companhias aéreas como Lufthansa, Delta, United Airlines, Alaska Airlines, JetBlue ou British Airways cancelaram viagens porque a pandemia provocou uma escassez de pilotos e outros integrantes da tripulação dos aviões, que precisam ficar em isolamento por terem sido expostos à Covid-19.

“O pico de casos de ômicron em todo país (Estados Unidos) esta semana teve um impacto direto nas nossas tripulações e nas pessoas que dirigem nossas operações”, afirmou a United Airlines em um comunicado.

As companhias aéreas chinesas, como a China Eastern e a Air China, cancelaram 2 mil voos no fim de semana, incluindo vários que passavam pela cidade de Xi’an, onde os 13 milhões de habitantes estão em confinamento.PUBLICITÉ

As condições climáticas também afetaram os voos nos Estados Unidos: nevascas na região oeste complicaram ainda mais uma situação já caótica.

Cruzeiros barrados

Em alto mar, o coronavírus também atrapalhou o feriado. De acordo com o jornal Washington Post, vários navios tiveram a entrada negada nos portos do Caribe. “Navegamos a bordo de uma placa de Petri” (recipientes usados em laboratórios para a cultura de micro-organismos), declarou ao jornal Ashley Peterson, passageira de 34 anos do cruzeiro Carnival Freedom, que não conseguiu atracar na ilha holandesa de Bonaire.

Em um comunicado, a Carnival Cruises confirmou que “isolou um pequeno número de pessoas a bordo após um teste positivo de Covid-19”.

O CDC, principal agência de saúde pública dos Estados Unidos, afirma que mais de 60 cruzeiros estão sendo investigados pelas autoridades após a detecção de casos de coronavírus a bordo.

Europa volta a ser foco da pandemia

A Europa é a região do planeta com mais casos nos últimos sete dias, com 2.901.073 (55% do total mundial), e o maior número de mortes, 24.287 em uma semana (53% do total), seguida por Estados Unidos/Canadá (10.269 mortos, 22%).

Na França, o presidente Emmanuel Macron se reúne por videoconferência com o conselho de defesa de saúde, para discutir novas medidas de controle da epidemia. O conselho de ministros deve aprovar o projeto de lei para substituir o passaporte sanitário – para o qual é aceito um teste PCR negativo para a Covid-19 – pelo passaporte da vacinação, que torna a vacina indispensável para uma série de atividades. 

O presidente francês, Emmanuel Macron, se reúne por videoconferência com o conselho de defesa de saúde, para discutir novas medidas de controle da epidemia.
O presidente francês, Emmanuel Macron, se reúne por videoconferência com o conselho de defesa de saúde, para discutir novas medidas de controle da epidemia. AFP – NICOLAS TUCAT

A França superou no sábado, pela primeira vez desde o início da pandemia, a marca de 100 mil novos casos em 24 horas. Espera-se que o governo francês imponha novas restrições a quem não estiver vacinado, como a proibição de frequentar restaurantes.

“É uma situação realmente preocupante porque temos um número muito grande de contaminações, de mais de 100 mil por dia. Esta variante é muito contagiosa, muito mais do que a delta: uma pessoa pode contaminar cerca de dez outras, é uma taxa próxima à do sarampo”, explicou o epidemiologista Patrick Bercher, à RFI.

“Segundo estudos feitos no Reino Unido, na Dinamarca e na Africa do Sul, esta variante parece gerar menos hospitalizações. No entanto, é possível que esse número gigantesco de contaminações leve a um aumento de mortes, sobretudo entre as pessoas que não se vacinaram”, complementou.

Preocupação mundial

Nos Estados Unidos, a média atual é de mais de 190 mil novos casos diários nos últimos sete dias, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins. As autoridades de Nova York alertaram para o aumento das hospitalizações de crianças com menos de cinco anos, que ainda não atingiram a idade de vacinação, e que representaram metade das internações na cidade entre 5 e 19 de dezembro.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 5,3 milhões de mortes no mundo desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou o surgimento da doença, em dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais. Mas a entidade da ONU considera que o balanço real pode ser entre duas e três vezes superior.

Com informações da AFP

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