Desde 2002, quando o Lula assumiu, o Brasil da mídia está em crise permanente. Caos aéreo, apagão elétrico, epidemia de febre amarela. Não ia ter Copa, lembram-se? E o Sardenberg, no Jornal da Globo, fez um estardalhaço quando o Brasil cresceu “acima do necessário”. Era a crise da infraestrutura, o gargalo dos portos, a falta de mão-de-obra. Agora o Valor Econômico publica uma página com o deputado que quer cortar 35% do Bolsa Família e se espanta: o homem não para de dar entrevistas!!! Por que será que a mídia se interessa pelo homem que quer cortar o Bolsa Família, hein? Pelo mesmo motivo que não se interessava pela Zelotes — a da RBS, afiliada da Globo — até surgir o nome do filho do Lula. Agora a CPI do Carf vai bombar nas manchetes. Essa crise permanente só acaba quando e se um tucano reassumir o Planalto. Veremos, então, a volta daquilo que FHC ironizou, a certa altura de seu mandato, ao notar o puxa-saquismo da imprensa: “Estão até exagerando!”.