Erro ou manobra criminosa? Como forma de ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro a melhorar sua popularidade em ano eleitoral, o Banco Central teria manipulado dados de importação e fluxo cambial em 2022. O saldo do ano passado, em um novo relatório, saiu de positivo para negativo. Uma diferença de R$ 60 bilhões
Compartilhado de Pragmatismo Político
O Banco Central revisou nesta quinta-feira (26) dados da série histórica do fluxo cambial, ou seja, o volume de dólares que entram e saem do país. O novo relatório revelou um erro grotesco de R$ 60 BILHÕES.
Após a revisão, o BC informou que, em 2022, o Brasil registrou uma saída de US$ 3,233 bilhões (R$ 16 BILHÕES) em vez de uma entrada líquida de US$ 9,574 bilhões (R$ 49,4 BILHÕES), informados anteriormente.PUBLICIDADE
Quando há saída líquida, significa que mais dólares saíram do país do que entraram. Quando acontece o contrário, o resultado é uma entrada líquida da moeda americana no país. A revisão bilionária nos dados ocorreu após o BC identificar um erro no volume de contratações de câmbio para importação.https://5dd1033a547292424414d01e60ffee5d.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html
Em 2022, o volume contratado foi de US$ 250,9 bilhões, e não US$238,1 bilhões, uma diferença de US$12,8 bilhões. Com isso, o resultado do fluxo cambial teve que ser reduzido em US$ 12,8 bilhões.
“Por falha na rotina de compilação, nem todos os códigos de natureza cambial que entraram em vigor em outubro de 2021 foram incluídos no processo de apuração das estatísticas de câmbio contratado. Assim, algumas naturezas cambiais foram indevidamente desconsideradas”, justificou o BC.
Mas as desculpas do Banco Central não foram completamente digeridas por agentes políticos, que dizem acreditar na possibilidade de o Banco ter manipulado os dados para ajudar a melhorar a popularidade de Jair Bolsonaro (PL) em ano eleitoral. A pauta econômica, como se sabe, é decisiva para o resultado de uma disputa presidencial.