Publicado no Portal Forum –
Por conta de comentários contra ateus feitos por José Luiz Datena no programa Brasil Urgente, a emissora fez um acordo com o MPF e terá que exibir 72 vezes uma campanha sobre liberdade religiosa; termo de ajustamento de conduta foi assinado neste mês
A Rede Bandeirantes terá que exibir, a partir do mês que vem, um vídeo de uma campanha sobre liberdade religiosa no país, que reafirma a laicidade do Estado brasileiro. A medida foi fruto de um acordo feito com o Ministério Público Federal, por conta de uma ação movida pelo órgão contra a emissora por comentários feitos pelo apresentador José Luiz Datena em 2010, durante o programa “Brasil Urgente”.
Na ocasião, Datena comentava uma reportagem sobre o fuzilamento de um jovem e associou o crime com a possibilidade do agressor ser ateu, defendendo a tese de que uma infração grave como aquela estaria relacionada com a “ausência de deus”. “Porque o sujeito que é ateu, na minha modesta opinião, não tem limites, é por isso que a gente vê esses crimes aí”, afirmou.
Mas não parou por aí. Ao longo de 50 minutos, o apresentador seguiu com o seu preconceito e chegou a culpabilizá-los por tudo o que acontece de errado no mundo. Até mesmo uma enquete, “você acredita em deus?”, foi colocada no ar para os telespectadores.
“É por isso que o mundo está essa porcaria. Guerra, peste, fome e tudo mais, entendeu? São os caras do mal. Se bem que tem ateu que não é do mal, mas, é… o sujeito que não respeita os limites de Deus, é porque não sei, não respeita limite nenhum”, argumentou.
Em 2013, então, o MPF entrou com a ação contra a emissora pois, de acordo com o órgão, descumpriu a Constituição. Como a Band trabalha com uma concessão pública, é obrigatório que mantenha os princípios de veicular conteúdo educativo, informativo e que mantenha o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa.
O Termo de Ajustamento de Conduta que oficializa a pena para exibir o vídeo foi assinado neste mês.
Confira, abaixo, o vídeo da campanha que a Band terá que exibir e trechos dos comentários preconceituosos de Datena.
*Com informações da Carta Capital