Banda Redonda, a mãe do todos os blocos

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Por Guilherme Franco, na Revista Fórum – 

Considerado o mais antigo do Carnaval paulistano, grupo levou mais de 20 mil pessoas às ruas do centro de São Paulo nesta segunda-feira (9). Para organizador, mesmo após tantos desfiles, “foi contagiante a integração com os foliões”

Pelo 41º ano seguido as ruas do centro de São Paulo receberam o desfile da Banda Redonda, a mais antiga do Carnaval paulistano. Fundada por frequentadores do Bar e Restaurante Redondo, tradicional ponto de encontro de artistas na época da ditadura militar brasileira, a banda se apresentou nesta segunda-feira (9) para aproximadamente 20 mil foliões, segundo números da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Mesmo depois de tantos desfiles, este ano o bloco se surpreendeu com a empolgação do público, segundo um dos organizadores da Banda Redonda, Edson Lima. “Foi contagiante a integração com os foliões. Entre os 20 mil, tinham jovens, famílias, LGBT’s, entre outros. Isso nos deixa muito feliz, até pelo histórico da banda”, afirmou.

Criada pelo dramaturgo e ator Plínio Marcos, chamava-se Bandalha. Na época, Plínio via na banda uma forma de expressão em um momento em que a censura calava quaisquer manifestações. Além disso, provaria que a capital paulista também possuía sambistas talentosos.

“A banda tem um histórico de resistência, até por isso ela pode ser considerada a mãe de todos os blocos. Foi uma maneira de se opor, sempre entoando palavras de ordem contra a ditadura militar. O mais importante é que hoje a cidade está tendo seus espaços públicos ocupados”, concluiu Lima.

Conforme a tradição, o bloco tocou sambas, marchinhas e frevos sob o comando do mestre Carlão. A banda desfilou pelas ruas Theodoro Baima, da Consolação, Xavier de Toledo, Praça Ramos de Azevedo e pelo Theatro Municipal, seguindo pela Rua Conselheiro Crispiniano, até a Praça da República e a Rua Theodoro Baima.

Os homenageados deste ano foram: Adriano Diogo (ex-deputado estadual e presidente da Comissão da Verdade do estado de São Paulo “Rubens Paiva”); Dulce Muniz (atriz e diretora de teatro); Julio Calasso (ator, documentarista e produtor cultural); e Wilson Martins Poit (presidente da SPTuris).

Neste Caranaval, pela primeira vez na história da banda, o troféu foi entregue a uma peça de teatro: “Insubmissas”, de Oswaldo Mendes, em cartaz no Teatro de Arena que comemora seus 60 anos.

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