Barão de Itararé: 10 anos de pandemônio com muita irreverência e resistência

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Atenção pessoal: o texto abaixo é uma ironia. Uma auto ironia, digna do jornalista Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly.  Publicamos este texto irônico um tanto preocupados. Brecht, mais atual do que nunca, disse “que tempos são estes, em que temos que defender o óbvio?”. Se não entendem o óbvio, imagine  fazer com que bolsominions entendam uma ironia…

Vamos ao texto, que comemora uma década do Barão de Itararé, com muita ironia:

 

Publicado em Barão se Itararé – 




Nota de repúdio: #10AnosDeBarão!

Manifestamos nosso mais veemente repúdio contra essa entidade que, traiçoeiramente, completa hoje 10 anos. Contrariando seu nobilíssimo nome de baptismo, o Centro de Estudos desprezou barões da mídia e fartou-se em reuniões com blogueiros sujos e ativistas digitais. Uma década perdida, vejam só, sem jamais ter beijado as mãos da família Marinho ou dos Frias e Mesquitas.O Centro de Estudos Barão de Itararé jamais recebeu em sua sede representantes do jornalismo da família brasileira – desprezou olimpicamente alexandres, augustos, mervais e outros que tais, preferindo abrir suas portas para subversivos debates sobre democratização da Mídia.Uma nota apenas não basta para tanto repúdio!

A sede da entidade esteve sempre aberta para personagens como Paulo Henrique Amorim e Audálio Dantas – que já não estão por aqui, mas seguem a inspirar com sua história e suas palavras os rebeldes que insistem em resistir…

Sim, essa é uma entidade com nome de Barão e vocação subversiva. Esse é um centro de estudos sobre mídia, mas que sediou assustadores debates sobre Política, Economia, Relações Internacionais, Cultura, Feminismo, Combate ao Racismo.

Desde 2010, por lá passaram Amorins, Dinos, Dirceus, Lulas, Boulos, Haddads e Stédiles… Dilmas, Manuelas, Jandiras e Erundinas… até Chomskys e Mujicas! Por lá passou o professor Marco Aurélio Garcia, algumas semanas antes de partir. Mas vejam só a afronta: o ministro das Relações Exteriores do capetão jamais foi convidado a depositar suas patas no já histórico auditório da rua Rêgo Freitas, que leva o nome do saudoso e subversivo Vito Giannotti.

Será preciso que os homens de bens lancem notas de repúdio pelos próximos dez anos, para impedir que isso prossiga.
Lamentavelmente, o Barão abriu as portas até para a ralé das torcidas de futebol e para o povo dos coletivos da periferia paulista. Debates, rebeldia, brasilidade… Um coquetel nefando.

Sem respeitar limites, ardilosamente, o Barão ainda espalhou núcleos Brasil afora. E organizou encontros nacionais de blogueiros e ativistas digitais. Promoveu cursos, fez parcerias com sindicatos e associações que o verdadeiro baronato gostaria de ver extintos.

Por isso, nosso repúdio é absoluto.

Chega desse povo que grita basta!

Chega de basta! Basta de chega!

Outros dez anos virão! Vinte, ou trinta! E nosso repúdio se multiplicará em notas.

Se Bolsonaro é pandemia, o Barão é pandemônio.

São Paulo, 14 de maio de 2020

(a) Aparício Torelly et caterva

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