O Centro de Mídias Alternativas Barão de Itararé realizou no último 22 de novembro o primeiro evento do “Ciclo de Debates: A imprensa e o Golpe”, com Paulo Moreira Leite, Maria Ines Nassif e Rodrigo Vianna.
No evento, mediado por Altamiro Borges, presidente do Barão de Itararé, Paulo Moreira Leite, do Brasil 247, afirmou que não acredita na hipótese de que a maioria da população brasileira mudou para o conservadorismo. Para o jornalista, houve um desencanto com o segundo mandato do governo Dilma no início de 2015, que não apresentou propostas progressivas, caindo na história do ajuste fiscal.
Já Maria Ines Nassif comentou que não acredita na volta imediata do PSDB ao governo pelas urnas. Para ela, os tucanos só voltaram a comandar o país se Temer for cassado pelo TSE e houver eleições indiretas. Maria Ines Nassif disse ainda que o Partido dos Trabalhadores acordou tarde para a conspiração do golpe, não acreditando que a sua oposição pudesse derrubar o governo.
Por sua vez, Rodrigo Vianna, da Revista Fórum, lembrou que os mesmos preceitos dos golpistas de hoje são os utilizados por Carlos Lacerda, em 1954, que “vendia” a ideia de que todos os seus adversários eram bandidos. Vianna recordou ainda que está começando uma repetição dos acontecimentos do golpe de 64: “Carlos Lacerda conspirou pelo golpe e depois foi cassado pelos militares. Agora, Eduardo, Garotinho e Sérgio Cabral, que contribuíram com o golpe contra Dilma estão presos”.
Ines Nassif afirmou, sobre a situação do PT, que a reorganização do partido não tem que partir de forma isolada: “Fomos colocados todos nesta situação, então temos que sair juntos com o PT”. Pensando no futuro, a jornalista lembrou que Lula tirou grande parte da população da pobreza, colocando-as no mundo do consumo, sendo que estas pessoas podem ser chamada de filhas de Lula e que os estudantes que estão ocupando escolas, lutando pela melhoria na Educação, são os netos do ex-presidente.
Já Paulo Moreira Leite diz que a história do golpe, comandado por dois corruptos maiores, Eduardo Cunha e Michel Temer, ainda não acabou. “Teremos enfrentamentos. Temer está criando desemprego e isso pode trazer problemas para eles. Vai ter luta”.
Todos os três debatedores entendem que a participação das grandes empresas de comunicação no golpe foi fundamental para que este acontecesse.
O Ciclo de Debates: “A Imprensa e o Golpe” continuará na próxima quinta-feira, dia 24 de novembro, quando será debatido “Os Reflexos na Sociedade”, com a presença do ator Sérgio Mamberti, do músico Tico Santa Cruz e da jornalista Laura Caprigilone. O último debate da série acontecerá no dia 29 de novembro, com o debate “Os Impactos na Economia”, que trará o economista da Unicamp, Eduardo Fagnani, a economista da USP, Laura Carvalho, e o economista Luiz Gonzaga Belluzo.