A barbárie ronda todos os cantos do território brasileiro, inclusive a Amazônia, bem aos moldes do atual ocupante da cadeira presidencial. Informações divulgadas pela TV Bandeirantes na tarde desta quarta-feira (15) aponta que Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, teria confessado que matou, juntamente com o irmão, Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, o jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira.
Por Simão Zygband, compartilhado de Construir Resistência
Osoney da Costa disse que ele e Amarildo dos Santos mataram Dom Philips e Bruno Pereira no dia 5 após serem flagrados pescando ilegalmente.
Segundo a emissora, Dos Santos teria confirmado a autoria do assassinato e dito que os corpos de Bruno e Dom foram esquartejados, incinerados e jogados em vala.
Este é o Brasil que florece desde que a extrema direita tomou de assalto o comando do país. Uma terra de ninguém, onde a vida humana não possui nenhum valor e, o que é pior, não conta com nenhum apoio governamental, instalado que está o salve-se quem puder e o caos nas cidades e no campo, com total insegurança por onde quer que se ande.
Antes da trágica notícia, o homem que se diz mandatário da nação responsabilizou as vítimas pelas suas mortes: “Esse inglês, ele era mal visto na região. Porque ele fazia muita matéria contra garimpeiro, a questão ambiental… Então, aquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele tinha que ter mais do que redobrado a atenção para consigo próprio. E resolveu fazer uma excursão”, rosnou o mandatário, como se fosse ele não o presidente da República, mas o chefe de uma máfia miliciana, bem ao estilo do narcotraficante Pablo Escobar.
Óbvio que Bolsonaro já sabia o que havia acontecido com eles, apenas procurou ocultar o bárbaro crime para que ele não viesse a público durante a Cúpula das Nações em que o ocupante da cadeira presidencial participou nos EUA, tendo inclusive um breve encontro com o presidente norte-americano Joe Biden.
Pressão internacional
Pela manhã, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou estar “extremamente preocupado” com o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia. Essa foi a primeira vez que o líder britânico se pronunciou sobre o caso. Phillips desapareceu no dia 5 de junho quando se deslocava junto com o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira na região do Vale do Javari, no Amazonas.
“Como todos nesta Câmara [dos Comuns, em Londres], estamos extremamente preocupados com o que pode ter acontecido com ele. O Ministério do Exterior trabalha atualmente em estreita colaboração com as autoridades brasileiras”, afirmou Johnson aos parlamentares. “O que dissemos aos brasileiros é que estamos prontos para fornecer todo o apoio que eles possam precisar”, complementou.
Johnson foi cobrado pela ex-primeira-ministra, Theresa May, que, segundo informações do jornal The Guardian, para o qual Dom Phillips atuava como corresponde no Brasil, sugeriu que o líder britânico faça do caso uma “prioridade diplomática”.
May abordou o assunto em meio a uma série de perguntas ao primeiro-ministro. E citou ter se correspondido com a sobrinha de Phillips, Dominique Davis. Johnson respondeu dizendo que o Reino Unido ofereceu apoio nas buscas não somente ao jornalista britânico, como também ao indigenista brasileiro e parceiro de viagem de Phillips, Bruno Pereira.
A ex-primeira-ministra e atual parlamentar britânica pediu ainda que o governo do país “faça tudo o que puder para ter certeza de que as autoridades brasileiras coloquem os recursos necessários para descobrir a verdade sobre o que aconteceu com Dom e Bruno”.