A miopia intelectual é a mais constante geradora do egoísmo
Rui Barbosa
Por Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay) – publicado no UOL , compartilhado de Construir Resistência
O comportamento é recorrente, de manada. São palavras de ordem desencontradas, agressivas, vulgares. Não há como identificar uma pauta que não seja a intransigência, a tentativa de pregar a ruptura institucional, mesmo com flagrantes inconsistências.
Pregam a intervenção militar e julgam ter o direito de pedi-la por estarem numa democracia!! Nonsense absoluto. Pedem a interferência das Forças Armadas por não acreditarem nas urnas eletrônicas e, depois que os militares atestaram a normalidade da votação, brigam pela interferência das Forças Armadas nas Forças Armadas! Pasmem! São de baixíssimo nível os tais manifestantes. Parecem um bando de desocupados, com déficit cognitivo grave, aproveitando a comida e a bebida de graça, pagas pelos patrocinadores que alimentam a balbúrdia. É urgente desnudar quem são os empresários que estão financiando todo esse show de horror. E puni-los.
As cenas desses seres estranhos marchando como debiloides, prestando continência a uma entidade imaginária, bradando por violência contra as autoridades constituídas é de fazer corar por vergonha alheia qualquer cidadão com um pingo de descortino. São
toscos. Motivo de dó e escárnio. Importante observar que se comportam como membros de uma seita. Estão espalhados mundo afora e têm no comportamento teratológico uma característica que ressalta um certo orgulho. Parecem ter grande prazer em se sentirem tão banais. A vaidade da banalidade.
Além de tudo, são covardes. Agem em grupo, muitas vezes armados, escondem-se no anonimato e na absoluta impossibilidade de estabelecerem qualquer diálogo. É a agressão pela agressão. A irresistível afirmação dos frustrados, sem nenhum espaço
numa sociedade civilizada. É o retrato desenhado a bico de pena da figura patética do atual Presidente da República. São seguidores de uma seita que destampou um esgoto e jorrou para fora seres escatológicos. A agressividade desses fanáticos, especialmente
contra os ministros do Supremo, tem que ser contida. É necessário que se restabeleça um mínimo de urbanidade.
Assim como tenho proposto que sejam responsabilizados todos os integrantes desse governo fascista, pelos crimes que foram cometidos durante a gestão bolsonarista, urge que também responsabilizemos os financiadores dessa insurreição tupiniquim. Que
sejam enquadrados de maneira exemplar esses fantoches pintados de verde amarelo.
Julgávamos, após as eleições, poder voltar para nossos livros, para a poesia, para a literatura, para o culto às atitudes civilizatórias. Mas, infelizmente, há que se limpar esse entulho autoritário e processar os que ousam se insurgir contra a estabilidade democrática. Imprescindível conter os excessos que nos fazem esquecer que é possível viver com segurança e liberdade, respeitando as diferenças. É hora de sermos intolerantes com os intolerantes. E o limite já está posto: a Constituição da República.
Basta exigir que todos cumpram as leis para fazer valer o Estado democrático de direito.
Como nos brinda Dostoievski: “A tolerância chegará a tal ponto que as pessoas inteligentes serão proibidas de fazer qualquer reflexão para não ofender os imbecis.”
Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay) é um advogado criminalista brasileiro, notório pela prestação de serviços advocatícios a políticos, empresários e celebridades