Por Oscar Bolão, baterista dos grandes, no tamanho e no talento
Quero deixar claro uma coisa pra não parecer que sou um velho ranzinza, quando critico músico estrangeiro ensinando a tocar música brasileira, não é porque ele é estrangeiro, mas sim porque está ensinando errado. É uma defesa cultural.
Sabemos que grande parte de nossos jovens se rende a tudo que vem de fora. Tenho amigos estrangeiros bateristas, que são muito bons. Os americanos John Grant e Jim Hamilton; o canadense Alan Hetherington e muitos argentinos que vêm pra cá atrás de conhecimento sólido.
Dei aula prum uruguaio, num festival de música de Curitiba, que tocava o samba melhor que os brasileiros da classe. Talvez por causa do candombé. Pena que não lembro o nome dele. Só o chamava de Baiano.
Minha praia é música brasileira. É o que conheço bem. Principalmente música carioca. Vocês não vão me ver por aí ensinando jazz. Adoro jazz, mas, por respeito ao jazz, não ensino jazz porque não toco jazz.
Mas tem muito músico brasileiro que estudou e o toca muitíssimo bem.
A questão é essa: estudo, conhecimento de causa. Pelo que tenho visto, esses ‘professores’ de samba estrangeiros ouviram cantar o galo mas não sabem onde. E samba é difícil de tocar com a propriedade devida.
Então, que respeitem minha cultura como eu respeito a deles.
Simples assim.
Veja que o Bolão sabe do que está falando: